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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel Ruimoradores do prédio, entre os quais se encontram “todos os membros <strong>da</strong>comissão <strong>de</strong> moradores” (190) .O fim do romance não <strong>de</strong>ixa um ence<strong>rra</strong>mento <strong>de</strong>finitivo, assumindo-secomo romance aberto (Aguiar e Silva: 1997) (191) . O título retirado<strong>da</strong> metáfora do final <strong>da</strong> <strong>obra</strong> abriria as portas para a linha ficcional.Não nos po<strong>de</strong>mos esquecer que a on<strong>da</strong> assume-se como sinédoquedo mar, esse espaço <strong>de</strong> origem, quer enquanto enraizamento do “eu”,quer enquanto se<strong>de</strong> do “coração do mundo”, o mar é o enigma e angústiainerente à condição do homem. No entanto, na <strong>obra</strong> ele reflecte um espaço<strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>spreocupação.O predicado <strong>de</strong> base do <strong>de</strong>sejo “Quem me <strong>de</strong>ra ser on<strong>da</strong>” <strong>de</strong>man<strong>da</strong>a partir do eixo semântico as várias combinações que implicam personagense acções.Neste sentido, a expressão “Quem me <strong>de</strong>ra ser on<strong>da</strong>” funciona comocúpula i<strong>de</strong>ológica do romance. Parece-nos que as questões que se colocamsão <strong>de</strong> diversa índole: será a aquisição <strong>de</strong> hábitos, aparentementeestranhos, por aqueles que vêm do campo para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> solução paraa sua “politização”? Será a morte o <strong>de</strong>stino <strong>da</strong>queles que não se encontramno seu “habitat natural”? E, finalmente, que tipo <strong>de</strong> morte: a social,a moral ou a espiritual?75190Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser caricato que, apesar <strong>de</strong> con<strong>de</strong>narem a criação do porco no apartamento <strong>de</strong>Diogo, todos acabem por ace<strong>de</strong>r ao seu “petisco”. Hilário (2006:128) conclui que <strong>Na</strong>zário e Faustino“aproveitaram o tempo <strong>da</strong> máscara [Carnaval], o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sta, o tempo do metamorfósico do feitiço e doamuleto, que era conferido aos espíritos <strong>da</strong> magia dos antepassados, para eufemizar o “<strong>de</strong>lito””.191“O termo do romance aberto contrasta profun<strong>da</strong>mente com o termo <strong>de</strong> romance fechado: no caso<strong>de</strong>ste, o leitor fica a conhecer a sorte final <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as personagens e as <strong>de</strong><strong>rra</strong><strong>de</strong>iras consequências <strong>da</strong> diegeseromanesca; no caso do romance aberto, o autor não eluci<strong>da</strong> os seus leitores acerca do <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>finitivo<strong>da</strong>s personagens ou acerca do epílogo <strong>da</strong> diegese”. Aguiar e Silva, Vitor Manuel, 1997, op. cit. p. 728.2007 E-BOOK CEAUP

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