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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel RuiPor sua vez, Feijó e Diogo são personagens semelhantes em muitosaspectos. Contudo, Feijó será caricaturado com maior profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Parece-nos que aí a crítica foi mais sagaz...MR: Ambos representam a média burguesia já institucionaliza<strong>da</strong>, <strong>de</strong>pois<strong>da</strong> in<strong>de</strong>pendência. Feijó é o apogeu do MPLA. Ele reproduz aqueles queviam no MPLA uma espécie <strong>de</strong> religião.As pessoas, em Angola, passaram <strong>da</strong> religião católica para a “religiãodo MPLA”, actualmente, parece-me que estão a voltar à religião católica.Feijó é, portanto, um burocrata típico do sistema do po<strong>de</strong>r, a reiteraçãodo rigor e <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> formal.Po<strong>de</strong>r-se-á consi<strong>de</strong>rar Feijó um alienado ao mundo europeu?MR: Não só, mas também. Um alienado a tudo, não só ao mundoeuropeu, mas também àquilo que implica as viagens, o ser burguês, odinheiro...Quanto às crianças, elas são para si a realização <strong>da</strong> utopia? Ouseja, é a infância o tempo <strong>de</strong> justiça e igual<strong>da</strong><strong>de</strong>?MR: Claramente!Em 1 Morto & Os Vivos, mais propriamente em “De 1 Comba”,prossegue a sua crítica ao comportamento <strong>da</strong> pequena burguesiaurbana. Contudo, à semelhança <strong>de</strong> Memória <strong>de</strong> mar, introduz ofantástico. José Carlos Venâncio (1996:109) refere que a crítica émenos direcciona<strong>da</strong> e, por isso, mais profun<strong>da</strong> e dramática. Concor<strong>da</strong>com a afirmação?MR: Sim, claro! Aí é, <strong>de</strong> facto, a burguesia já instala<strong>da</strong> no po<strong>de</strong>r, comuma segun<strong>da</strong> mulher, um segundo carro...(Estão, agora, a fazer um historial sobre esta <strong>obra</strong>, inclusive a minhamulher trabalha na parte do figurino, é uma espécie <strong>de</strong> série...)Bem, mas aí já há a burguesia que está no po<strong>de</strong>r. O livro <strong>de</strong>monstracomo aquela “gaja” – Dona Vaca, se articula e se relaciona com as instânciasdo po<strong>de</strong>r.É o tipo <strong>de</strong> risco ao meio, que sabe ler e escrever e pinta as unhas, ouseja, um gajo que an<strong>da</strong> sempre bem vestido, e que está em vias <strong>de</strong> engatar1672007 E-BOOK CEAUP

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