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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel Ruialegava que a gue<strong>rra</strong> não permitia as condições necessárias para a produção.Desta forma, Angola fica quase <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>s divisas resultantes<strong>de</strong>ste recurso.A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver, paralelamente, as outras áreas,como os serviços nacionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, transportes, habitação, alimentaçãoe outros, evitando “efeitos perversos” (Caley: 1996), não foipreconiza<strong>da</strong>.Segundo Valente (2000:233) (27) , a opção socialista conduziu o país“a um lento processo <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e <strong>de</strong> implementação <strong>da</strong>spolíticas, introduziu gran<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e distorções nagestão económica”.Assim, a entra<strong>da</strong> no sistema <strong>da</strong> II República (28) <strong>da</strong>r-se-á em condiçõesbastante frágeis, com uma eleva<strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> externa: “para além <strong>da</strong> <strong>de</strong>pressão,<strong>de</strong> uma inflação prematura e <strong>de</strong> um excesso <strong>de</strong> procura, criou-seo costume <strong>de</strong> financiar o défice orçamental através <strong>de</strong> um instrumentoinflacionário – a emissão <strong>de</strong> moe<strong>da</strong>” (Carvalho: 2002:72).O valor <strong>da</strong>s importações exce<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ravelmente as exportaçõese, concomitantemente, ocorre um agravamento <strong>da</strong>s pressões inflacionáriase a diminuição do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>da</strong> moe<strong>da</strong>.Por sua vez, o aumento <strong>da</strong> população urbana, tema amplamentetratado pelos estudiosos (Rela: 1992; Rivero: 2001; Venâncio: 2000),atinge valores elevadíssimos: “em 1970, as áreas urbanas tinham 15%<strong>da</strong> população; nos anos 90 essa percentagem subiu a estimados 50%”(Steinberg et Bowen), sendo que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luan<strong>da</strong> se assume como o<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> eleição.Assim, sob a pressão do fluxo migratório gerado pela gue<strong>rra</strong> e pelasua própria dinâmica <strong>de</strong> crescimento populacional, num cenário assinaladopelo uso <strong>de</strong>ficiente e pela sobre-utilização do equipamento socialcitadino “e perante a ausência <strong>de</strong> uma política urbana orienta<strong>da</strong> paraa manutenção e crescimento <strong>da</strong>s infra-estruturas urbanas, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>Luan<strong>da</strong> cresceu explosivamente, crescimento acelerado que transformoua capital angolana num centro urbano com características muito3127Valente, Maria I<strong>da</strong>lina <strong>de</strong> Oliveira, “Expectativas e reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s: que futuro?” in Carvalho, Adélia [etalli] Angola a festa e o luto, 25 anos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência, Aliparça, Vega, 2000.28Passa-se <strong>de</strong> uma economia socialista para uma economia <strong>de</strong> mercado.2007 E-BOOK CEAUP

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