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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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Marta <strong>de</strong> Oliveira“– Então convi<strong>da</strong>-se o Faustino, os membros <strong>da</strong> comissão <strong>de</strong> moradorese todos os camara<strong>da</strong>s que fizeram serviço ontem e hoje à porta do prédio.Foi uma gran<strong>de</strong> iniciativa.– Dou a minha moção sem reservas. É preciso unir os moradores doprédio porque a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve começar <strong>da</strong> base”.(p. 65)Por sua vez, Feijó é o apogeu do MPLA. Ele reproduz aqueles queviam no MPLA uma espécie <strong>de</strong> religião: “as pessoas, em Angola, passaram<strong>da</strong> religião católica para a “religião do MPLA” é, portanto, umburocrata típico do sistema do po<strong>de</strong>r, a reiteração do rigor e <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>formal” (240) .A “maquinali<strong>da</strong><strong>de</strong>” dos gestos, a escassez do discurso, a repetição <strong>de</strong>uma rotina e as atitu<strong>de</strong>s estão ao serviço <strong>da</strong> caricatura <strong>de</strong>sta personagem.Henrique Feijó vivia angustiado com a possível <strong>de</strong>scoberta do segredoe assumia a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do seu ofício, o qual realizava com afinco.Era exagera<strong>da</strong>mente <strong>de</strong>dicado ao serviço, sendo que foi trabalharvários dias sucessivos com temperaturas eleva<strong>da</strong>s.“E retirava-se com esse secreto e áspero sabor na garganta alivia<strong>da</strong>pelo cumprimento do <strong>de</strong>ver”.(p. 10)108A sua caracterização física é feita <strong>de</strong> forma directa, através <strong>de</strong> uma<strong>da</strong>s personagens <strong>da</strong> <strong>obra</strong>, Leninegrado que o distingue como sendo umhomem “magro, elegante e sem um cabelo branco” (p. 30).Feijó, familiarmente tratado <strong>de</strong> Rico, é, à semelhança <strong>de</strong> <strong>Na</strong>zário(Quem me <strong>de</strong>ra ser on<strong>da</strong>), corrigido pelos mais jovens, neste caso, o sobrinho,questiona o tio na questão <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> linguagem:“Tio Rico. Bocam que você falou é português? / (...) Sim. É e não é.Po<strong>de</strong> ser o verbo bocar. Vem <strong>de</strong> boca. É uma palavra. Bem...”(p. 15)240Op. cit. Entrevista em anexo p.167.E-book CEAUP 2007

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