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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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Marta <strong>de</strong> Oliveira“Diogo abraçou a mulher e os filhos, gargalharam todos aquela primeiramanhã clan<strong>de</strong>stina do porco”.(p. 18)“Nessa vez os miúdos amuaram revoltados contra o pai e Diogo passoua noite insone, vira que vira na cama a investigar remédio para satisfazer asexigências pequeno-burguesas <strong>de</strong> “carnaval <strong>da</strong> vitória””.(p. 24)“(...) entendia o sentimento e estacionava nessa in<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> mãe eesposa, ora a comungar do carinho que os filhos <strong>de</strong>dicavam ao porco oracarnívora também nos <strong>de</strong>sejos expressos no projecto do marido”.(p. 26)Aliás, as duas posições, geração dos pais/ geração dos filhos, erambem distintas, pois viam o porco <strong>de</strong> forma diferencia<strong>da</strong>. Para Diogo “eratudo carne, peso, contabili<strong>da</strong><strong>de</strong> no orçamento familiar” (i<strong>de</strong>m: 26).Severo na sua relação com os filhos, bate-lhes, quando estes levam oporco para a escola:“Diogo não era para essas brinca<strong>de</strong>iras nessas coisas <strong>de</strong><strong>de</strong>sobediência”.(p. 31)“Os miúdos pareciam resistir só com a raiva, chorando e soluçando baixinho,o que zangava ain<strong>da</strong> mais o pai, que red<strong>obra</strong>va os golpes”.(p. 32)106Diogo revela-se, ao longo <strong>da</strong> na<strong>rra</strong>tiva, original e criativo na sua preocupação<strong>de</strong> calar o porco. Apesar <strong>de</strong> não se preocupar com o bem estardo animal, contrariamente aos filhos, preten<strong>de</strong> calá-lo, a fim <strong>de</strong> que osvizinhos não se apercebam <strong>da</strong> presença <strong>da</strong>quele. Encontra várias estratégiaspara equacionar os grunhidos do porco, tentando, <strong>de</strong>sta forma, oseu aburguesamento. Sendo que tem a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> colocar uns auscultadoresna orelha do porco. Dá-lhe torrões <strong>de</strong> açúcar e coloca-lhe os auscultadoresna orelha, rejubilando-se com o resultado obtido:E-book CEAUP 2007

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