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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel RuiAssim sendo, o Carnaval é uma forma <strong>de</strong> expressão <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,utiliza<strong>da</strong> muitas vezes para criticá-la, e, tendo como raiz a paródia, acarnavalização, em <strong>obra</strong>s como Quem me <strong>de</strong>ra ser on<strong>da</strong>, Crónica <strong>de</strong> UmMujimbo, ou 1 Morto & Os Vivos <strong>de</strong>staca-se com traços que tocam umavisão do mundo, em que os valores estão invertidos.O Carnaval, enquanto facto social, é, <strong>de</strong>sta forma, aproveitado pelaliteratura, que <strong>de</strong>le se serve não como facto literário, mas como factocultural, visando uma ridicularização <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s situações, comportamentosou personagens (Cerqueira:1997) (252) .Neste caso, os comportamentos representantes <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados tipos sociais, particularmente <strong>da</strong> burguesia, será carnavaliza<strong>da</strong>,ou melhor, parodia<strong>da</strong> pela sátira e humor do na<strong>rra</strong>dor.Concomitantemente, o nome Carnaval, assume uma dupla função,pois, por um lado, personifica a festa <strong>da</strong> vitória do MPLA, assim comoa celebração <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> in<strong>de</strong>pendência, e, por outro, reflecte aparodização <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados comportamentos sociais.Curiosamente, Carnaval <strong>da</strong> Vitória é morto no dia <strong>de</strong> Carnaval!As questões finais impõem-se: será esta a altura <strong>de</strong> se celebrar umnovo Carnaval? Um Carnaval utópico e livre <strong>de</strong> ama<strong>rra</strong>s como o i<strong>de</strong>alque o próprio título <strong>da</strong> <strong>obra</strong> ence<strong>rra</strong>? O que não se ence<strong>rra</strong> são as questõesque este final coloca ao leitor.117252Cerqueira, Dorine Daisy Pereira, “Macunaíma: discurso paródico e carnavalizante <strong>da</strong> nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>brasileira” in Cristovão, Fernando [et alli], <strong>Na</strong>cionalismo e regionalismo nas literaturas lusófonas,Lisboa, Edições Cosmos, 1997.2007 E-BOOK CEAUP

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