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Na(rra)ção satírica e humorística: Uma leitura da obra narrativa de ...

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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel RuiA mulher Africana. Alguns Aspectos <strong>da</strong> sua promoção social em Angola(1966) acentua duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> protagonismo feminino: o políticoe o social.Em Manuel Rui, a <strong>obra</strong> que melhor realça o protagonismo femininoé Rioseco (272) . Antes <strong>de</strong>sta, nenhuma outra <strong>de</strong>u particular ênfase à figurafeminina (273) . Não obstante, o na<strong>rra</strong>dor <strong>de</strong>screver algumas personagensfemininas fulcrais, no <strong>de</strong>senrolar <strong>da</strong>s <strong>obra</strong>s em estudo.O papel feminino no corpus <strong>de</strong> análise, com excepção natural <strong>de</strong>Dona Vaca, é o <strong>de</strong> apaziguar e <strong>de</strong> estabelecer comunicação entre os várioselementos cosmológicos e os mundos representados.Em Quem me <strong>de</strong>ra ser on<strong>da</strong> Liloca é-nos apresenta<strong>da</strong> como a esposafiel, doce, amiga e <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> ao marido e aos filhos.Marca <strong>de</strong> uma dimensão ética enfatiza<strong>da</strong> do papel <strong>de</strong> esposa, a aju<strong>da</strong>e o apoio são elos <strong>de</strong> ligação, que vão mo<strong>de</strong>lando a sua relação com Diogoe os filhos (274) . Cúmplice <strong>da</strong>s crianças em alguns momentos <strong>da</strong> na<strong>rra</strong>tiva,não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser obediente e sensível a Diogo:“Dona Liloca entendia o sentimento e estacionava nessa in<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>mãe e esposa, ora a comungar do carinho que os filhos <strong>de</strong>dicavam ao porcoora carnívora também nos <strong>de</strong>sejos expressos no projecto do marido”.(p. 26)“– Pra quê mais bater? O porco voltou Diogo”.(p. 32)Desenrasca<strong>da</strong>, honesta, trabalhadora, solícita e atenta, auxilia osmiúdos na sua “causa”, nomea<strong>da</strong>mente quando prepara a comi<strong>da</strong> comrestos do hotel <strong>de</strong> luxo, adiando, <strong>de</strong>sta forma, a morte do amigo suíno:127272Noíto é a personagem principal <strong>da</strong> história, sinédoque <strong>da</strong> mulher africana e <strong>da</strong> mulher em geral.A sua viagem interior e exterior é a metáfora <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. A sageza vai sendo adquiri<strong>da</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo com todosos atributos <strong>de</strong> uma personagem “velha” e superlativiza<strong>da</strong>. O na<strong>rra</strong>dor atribui ao elemento feminino agran<strong>de</strong> força impulsionadora que coman<strong>da</strong> a mu<strong>da</strong>nça e traça o rumo <strong>da</strong> História, tornando-a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iraprotagonista <strong>da</strong> história e <strong>da</strong> História.273Embora, tal como o autor <strong>de</strong>stacou (Op. cit. Entrevista em anexo, p. 168), haja outras personagensfemininas que são protagonistas, nomea<strong>da</strong>mente Marina, <strong>de</strong> Um anel na areia, embora aí nos<strong>de</strong>paremos com uma história <strong>de</strong> amor.274Assim como Joaninha em Crónica <strong>de</strong> um Mujimbo.2007 E-BOOK CEAUP

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