Na(rra)ção satÃrica e humorÃstica: Uma leitura da obra narrativa de ...
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<strong>Na</strong>(<strong>rra</strong>)ção satírica e humorística: uma <strong>leitura</strong> <strong>da</strong> <strong>obra</strong> na<strong>rra</strong>tiva <strong>de</strong> Manuel RuiÀ semelhança <strong>de</strong> outras personagens, Feijó compara o momento presentecom o passado colonial, referindo-se a este com alguma nostalgiae sau<strong>da</strong><strong>de</strong>:“Nesta ci<strong>da</strong><strong>de</strong> a vi<strong>da</strong> morre cedo. Nem vale a pena o semáforo. No tempodo colono <strong>da</strong>qui a bocado eram os aceleras as luzes <strong>da</strong>s boites, cabarés, asesplana<strong>da</strong>s a abarrotar <strong>de</strong> gente, putas por todo o lado, casas com fadistasaté era bonito o fado é porreiro”.(p. 12)A questão <strong>de</strong>bati<strong>da</strong> em 1 Morto & Os Vivos (“De Um Comba”) do“pré-científico” é também equaciona<strong>da</strong> por Feijó. Este <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a cientifici<strong>da</strong><strong>de</strong>(241) contra a religião, assumindo-se como ateu e revolucionário:“Qual Santa Bárbara, mãe! Isso é pré-científico”.(p. 16)“A lineari<strong>da</strong><strong>de</strong> significa empirismo e isso é pré-científico”.(p. 35)“Como é que eu te hei-<strong>de</strong> explicar. Rezar não rezo, sou ateu”.(p. 18)“Só a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é revolucionária. E eu não posso trair esse princípio”.(p. 44)“Fantasmas é o homem que inventa. E o homem é que <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>struir osfantasmas. Ou então não vale a pena socialismo científico”.(p. 61)Julga-se pru<strong>de</strong>nte e criterioso, visto que não queria saber do mujimboque circulava, sempre que alguém falava disso Feijó <strong>de</strong>sviava oassunto:109241Em O manequim e o piano a questão volta a colocar-se entre Alfredo e Van<strong>de</strong>r: “Alfredo aka! Eunão posso aceitar <strong>de</strong>sculpa! Mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> pré-científica porque as coisas são porque existem (...) como éque tu po<strong>de</strong>s an<strong>da</strong>r a magicar com o manequim e a fazer ligações espiritualistas” (O manequim e o piano,p. 119).2007 E-BOOK CEAUP