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A RELÍQUIA

Untitled - Luso Livros

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assembleia, onde espairecesse? Conhecia eu alguma família considerada, comquem tomasse uma chávena de chá?...— Eu digo-lhe, Justino... Conhecia. Mas, a falar verdade, tinha repugnânciaem frequentar casas de turcos... Sempre é gente que não acredita senão emMafona!... Olhe, sabe o que fazia à noite? Depois de jantar ia a uma igrejinhacá da nossa bela religião, sem estrangeirices, onde havia sempre um santíssimode apetite... Fazia as minhas devoções; depois ia-me encontrar com o alemão,o meu amigo, o lente, numa grande praça que dizem lá os de Alexandria que émuito melhor que o Rossio... Maior e mais abrutada talvez seja. Mas não éesta lindeza do nosso Rossio, o ladrilhinho, as árvores, a estátua, o teatro...Enfim, para meu gosto, e para um regalinho de verão prefiro o Rossio... E lá odisse aos turcos!E fica-lhe bem ter levantado assim as coisas portuguesas! observou o DoutorMargaride, contente e rufando na tabaqueira. Direi mais... É acto de patriota...Nem de outra maneira procediam os Gamas e os Albuquerques!— Pois é verdade... Ia-me encontrar com o alemão; e então para espairecerum bocado, porque enfim uma distração sempre e necessária quando se andaa viajar, íamos tomar um café... Que lá isso, sim! Lá café fazem-no os turcosque é uma perfeição!— Bom cafezinho, hem? — acudiu Padre Pinheiro, chegando a cadeirapara mim com interesse sôfrego. — É forte, forte? Bom aroma?

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