18.04.2013 Views

affonso augusto da costa - 1899 - Faculdade de Direito da UNL

affonso augusto da costa - 1899 - Faculdade de Direito da UNL

affonso augusto da costa - 1899 - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

,\ssim, nr~s tcrras cutita<strong>da</strong>s ou l~onro<strong>da</strong>s dos nobres ou<br />

ccclr:siasticos, a priuclp~o s6 elles tinham jurisdicc3o civil<br />

ou t:r'iminal. 0 rei, apezar (10s seus clesejns, quasi 1130<br />

iotervi~llla na arlmioislra~9o <strong>da</strong> justi~a. Afais tar<strong>de</strong>, porhm,<br />

6 mcclicla que os do~za.la~-ios, <strong>de</strong>ixanrlo <strong>de</strong> <strong>da</strong>r justica pesso;~llneute,<br />

a <strong>de</strong>legat.am ern juizes cla sua escolha, os<br />

monal*cl~as pollcram ir coasegniodo yue <strong>da</strong>s seuten~as<br />

clnc estes l~roferissern conbesse appella~Io para os sobrejuizes<br />

011 para outros lnayislrailos sells. Era o principio<br />

(la absorppio, qne mais tarcle <strong>de</strong>ria fazer clesapparecer to<strong>da</strong><br />

a jnsti~a previlegintla.<br />

I). I11~is eslabclcceu exl~ressamente esta provi<strong>de</strong>ncia,<br />

quc, tlttstinaudo-se ao mcsmo tempo a impedir os abnsos<br />

c! ves;l~i3cs tlns po<strong>de</strong>~.osos, constituia nma vercla<strong>de</strong>ira prerog:~tiv:\<br />

rlos liovos. E, em lernpo dc D. FRRNAKDO, avau-<br />

COII-SP, mais : ;IS cb~,tes nio sb cleclarsrani ;~lgarn;js causas<br />

estr:~~rl~as 5 compelc~icia ~los jliizes non~eados pelos ilon:~t:lrit~s,<br />

mas permitliram appclla(3o <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as sentenc;as<br />

tlrle clles profcnssem em assumplos para qne tivessem<br />

jur~isilicc;Zo, e at6 <strong>de</strong>cretaram as cnr~~ei~iies, apezar <strong>de</strong> aincla<br />

tleixarern muitos po<strong>de</strong>rosos isenlos rl'ellas 1.<br />

O trabalho <strong>de</strong> absorp~3o 8, porkm, mais curioso quando<br />

se exa~niua a lenta passageui cla justi~a popular para a<br />

jusli~a real. Verosim~lmente, no comeCo <strong>da</strong> mouarchia, a<br />

jr~sti~a dos povos era ailrniuistratla pelos ho~nens lions scm<br />

fi~rmall<strong>da</strong>tles <strong>de</strong> plano e e.r Dono et aequo. A' medi<strong>da</strong>,<br />

po1.6m, q ~ a ~ vicla c se <strong>de</strong>sellvolvia cm ca<strong>da</strong> munir,ipio ou<br />

tcrmn, os povos escoll~iam rl'entre os melhorcs visinhos<br />

:~qudle rlue clevia cu~<strong>da</strong>r dos negocios commuas, admiuist~,ativos<br />

ou judiciaes. Assim se coostitairam, puuco a<br />

1 O~,rl,. A//olist71as, liv. 11, t,it. 63; MELLU FHEIRL, 111stt/t~tzo?~e~ JZL?-~S<br />

ctvzli.3 Itrzitoni, liv 11, tit. nr; 5 35, Coa~rro nA Rucna, Ensazo sobye a<br />

Iatsto~,ln dn lcgzslapiio e do govet.no <strong>de</strong> Povitrgal, % 81 e segg.; GAMA<br />

Ll~nnos, lftstovin dn odttzzi~zslvafcio pctbizca em I'ovrzcgnl ma scczrlos XI1<br />

XI', vol. I, p 439, 440 F segg.<br />

oncanrzn~do<br />

-~ ~<br />

nA JUSTJ~ HEAL<br />

..-.<br />

~<br />

103<br />

poucn, os jrlizes certos, a que em parte se referiu<br />

D. Atwo~so 11 llas cbrtes dc Coimbra <strong>de</strong> 4244. E assim<br />

se lnilparam as bases, <strong>da</strong> nossa prirneira magistrntura<br />

rcgular-porvcut~~ra a mais caracteristicameute rlacional<br />

- os juizes ol-dznn~-!us.<br />

A respeito d'estes juizes cliz-nos Jost Aluas,r~cto DE<br />

FIGUEIREDO : 6 Parti <strong>de</strong>citlir as colltellrlas e cootroversias<br />

er~tre os povos cle Portngal em primeirn instancia, s,?o<br />

antiquissimos os juizes ordioarios; c o faaiam regularmellle<br />

com o eonselho dos hornens Oons <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lugar, ~io<strong>de</strong>rldo<br />

. <strong>da</strong> sentenca d'elles recorrer-se e altar-se (como diziam) ou<br />

aggravar-se para os gou~nrador~s, ndia~ilndos, 1-icos-h,onle)zs,<br />

colz<strong>de</strong>s, capitties-yeraes, meirznhos, que os principes tioham<br />

em ca<strong>da</strong> provincia: peraute os quaes comtudo parecc que<br />

algamas vezes, o~x fosse em razz0 <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> causa,<br />

ou pela digni<strong>da</strong><strong>de</strong> e graduaq40 <strong>da</strong>s pessoas coaten<strong>de</strong>ntes,<br />

ain<strong>da</strong> 110s primleiros principios do rlosso rein0 sc tractavam<br />

e <strong>de</strong>cidiam os pleitos em prirneira instancia. Ora os ditos<br />

juizes ordinalios cram e costllmavam ser sempre eleitos e<br />

escolhidos annualmente pelos povos e concclhos, em clue<br />

o <strong>de</strong>viam ser, d'entre os seus mesmos visinhos; e este<br />

costumc era uma conseqrlcn<strong>da</strong> do govern0 feu<strong>da</strong>l, ain<strong>da</strong><br />

mesmo e principalmenle porque, governando-se pela maior<br />

parte os povos por foraes e leis muolcipaes ou pa'rticulares,<br />

pelas qnaes n3o s6 se pagavam e regulavam os tribatos,<br />

rnas tambem se administrava a justi~a, era muilo natural<br />

que d'entre esses rnesmos povos fosse nomeado e eleito<br />

urn, que fosse o executor d'ellas, tanto melhor porque ja<br />

as podia coubecer B 4.<br />

A16m d'csta maglslralara ordinaria, havia oulras <strong>de</strong> quc,<br />

por brevi<strong>da</strong><strong>de</strong>, nso po<strong>de</strong>mos occupar-nos. Entretanlo,<br />

1 niIeii~orzas <strong>da</strong> Aen<strong>de</strong>inin yen1 <strong>da</strong>s sctelacias, 1792, vol. I, p. 31 e<br />

segg. Acerca dos mag~strados do6 coneelhos <strong>de</strong>ve ler-se a importanle<br />

munograpl~ia do sr ANTONIO LINO NETTO, Htetor.aa dos juizes ovs<strong>da</strong>?~arios<br />

e dc paz.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!