affonso augusto da costa - 1899 - Faculdade de Direito da UNL

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,\ssim, nr~s tcrras cutitadas ou l~onrodas dos nobres ou ccclr:siasticos, a priuclp~o s6 elles tinham jurisdicc3o civil ou t:r'iminal. 0 rei, apezar (10s seus clesejns, quasi 1130 iotervi~llla na arlmioislra~9o da justi~a. Afais tarde, porhm, 6 mcclicla que os do~za.la~-ios, deixanrlo de dar justica pesso;~llneute, a delegat.am ern juizes cla sua escolha, os monal*cl~as pollcram ir coasegniodo yue das seuten~as clnc estes l~roferissern conbesse appella~Io para os sobrejuizes 011 para outros lnayislrailos sells. Era o principio (la absorppio, qne mais tarcle deria fazer clesapparecer toda a jnsti~a previlegintla. I). I11~is eslabclcceu exl~ressamente esta providencia, quc, tlttstinaudo-se ao mcsmo tempo a impedir os abnsos c! ves;l~i3cs tlns pode~.osos, constituia nma vercladeira prerog:~tiv:\ rlos liovos. E, em lernpo dc D. FRRNAKDO, avau- COII-SP, mais : ;IS cb~,tes nio sb cleclarsrani ;~lgarn;js causas estr:~~rl~as 5 compelc~icia ~los jliizes non~eados pelos ilon:~t:lrit~s, mas permitliram appclla(3o de todas as sentenc;as tlrle clles profcnssem em assumplos para qne tivessem jur~isilicc;Zo, e at6 decretaram as cnr~~ei~iies, apezar de aincla tleixarern muitos poderosos isenlos rl'ellas 1. O trabalho de absorp~3o 8, porkm, mais curioso quando se exa~niua a lenta passageui cla justi~a popular para a jusli~a real. Verosim~lmente, no comeCo da mouarchia, a jr~sti~a dos povos era ailrniuistratla pelos ho~nens lions scm fi~rmalldatles de plano e e.r Dono et aequo. A' medida, po1.6m, q ~ a ~ vicla c se desellvolvia cm cada munir,ipio ou tcrmn, os povos escoll~iam rl'entre os melhorcs visinhos :~qudle rlue clevia cu~dar dos negocios commuas, admiuist~,ativos ou judiciaes. Assim se coostitairam, puuco a 1 O~,rl,. A//olist71as, liv. 11, t,it. 63; MELLU FHEIRL, 111stt/t~tzo?~e~ JZL?-~S ctvzli.3 Itrzitoni, liv 11, tit. nr; 5 35, Coa~rro nA Rucna, Ensazo sobye a Iatsto~,ln dn lcgzslapiio e do govet.no de Povitrgal, % 81 e segg.; GAMA Ll~nnos, lftstovin dn odttzzi~zslvafcio pctbizca em I'ovrzcgnl ma scczrlos XI1 XI', vol. I, p 439, 440 F segg. oncanrzn~do -~ ~ nA JUSTJ~ HEAL ..-. ~ 103 poucn, os jrlizes certos, a que em parte se referiu D. Atwo~so 11 llas cbrtes dc Coimbra de 4244. E assim se lnilparam as bases, da nossa prirneira magistrntura rcgular-porvcut~~ra a mais caracteristicameute rlacional - os juizes ol-dznn~-!us. A respeito d'estes juizes cliz-nos Jost Aluas,r~cto DE FIGUEIREDO : 6 Parti decitlir as colltellrlas e cootroversias er~tre os povos cle Portngal em primeirn instancia, s,?o antiquissimos os juizes ordioarios; c o faaiam regularmellle com o eonselho dos hornens Oons de cada lugar, ~ioderldo . da sentenca d'elles recorrer-se e altar-se (como diziam) ou aggravar-se para os gou~nrador~s, ndia~ilndos, 1-icos-h,onle)zs, colzdes, capitties-yeraes, meirznhos, que os principes tioham em cada provincia: peraute os quaes comtudo parecc que algamas vezes, o~x fosse em razz0 da qualidade da causa, ou pela dignidade e graduaq40 das pessoas coatendentes, ainda 110s primleiros principios do rlosso rein0 sc tractavam e decidiam os pleitos em prirneira instancia. Ora os ditos juizes ordinalios cram e costllmavam ser sempre eleitos e escolhidos annualmente pelos povos e concclhos, em clue o deviam ser, d'entre os seus mesmos visinhos; e este costumc era uma conseqrlcnda do govern0 feudal, ainda mesmo e principalmenle porque, governando-se pela maior parte os povos por foraes e leis muolcipaes ou pa'rticulares, pelas qnaes n3o s6 se pagavam e regulavam os tribatos, rnas tambem se administrava a justi~a, era muilo natural que d'entre esses rnesmos povos fosse nomeado e eleito urn, que fosse o executor d'ellas, tanto melhor porque ja as podia coubecer B 4. A16m d'csta maglslralara ordinaria, havia oulras de quc, por brevidade, nso podemos occupar-nos. Entretanlo, 1 niIeii~orzas da Aendeinin yen1 das sctelacias, 1792, vol. I, p. 31 e segg. Acerca dos mag~strados do6 coneelhos deve ler-se a importanle munograpl~ia do sr ANTONIO LINO NETTO, Htetor.aa dos juizes ovsda?~arios e dc paz.
104 IIIST. Do ORGAN. .lUnlC. PORT. NA PRIMELRA E'I'OCEIA alg~lnra ccrise ~liiemos na 2." epocl~a (10s jz~izes dc ci~zr~ttn otl pldu~teo~, cuja origeln (lev remonlar aos l~rimeirus rcil~:itlos 1, nlas cine sb,~tos apgarecem com regras proprias nu tempo tle D. MANOBI.. Esscs warn os priocipaes reprcscntantcs (la just~c;a pol)lililr. De ilue alodo ella puurle sr:r absorvidn, 11lo crornl)16tamenlr,, nras ern grande exlene8o, pela.jnsli~,a do rei, eis o rluz ja resillla ilns referenrias qne fizemns aos ju~zes tle Bra e alus r.orregedi>res. 1 1Jii1a lci tlc I). JoXo T (Ord AR., liv. I, tit. 25, 58 8 e segg ) referc-sc j;i ;I 1~s1t.s julzcs, nl~niii:inilo-ll~es o?i~l,ni~rivos L. Lractando-os como orgaos tla justi~a pop~llar 0~1tl.o~ ~I~~uinentos podlam c~lar-se que rorroborn~li pe~f+~it:b~nente o texto hlgans perlellce~ll mesmo a epocbns anteriores. Historia do organismo judicial portuguhs na segunda epocha 2s. Nova ~IilTerrnria@o no trib~laal (la clrte. - Ja \inlos qoe do tribunal supremo se destacou a cast1 do czvel(11."22), cnja evo1nr;lo att ;i sua t,~-ansfei,e~~cin para n Porto ja ronhecemos (n.'-53 e 25). Antes de estn~larmos a sua org2ni- ~n@o intima nesta epoch, c,umpre-110s assislir a separaCSo do tribunal snpremo cm dois divcrsos -o clesembargo [lo paCo e a casa dn supplica~lo. Coln elleito, dentl~o clo tsilrut~al (la citrte, qne acompanhava o rei nas silas peregrioacUes pelu paiz, furinara-se, ainda antes (la se1~ara~5o da casa clo civcl, uma (lifterencia~Zo intima, yne? pouco a pouco, cleiia Icvar C cuuslilui~Bo selraradir rle tlois trib~u~aes - o ileserrrbargu tlo paGo c a casa da supplicap8o. 0s sotbrc-j11ize.s cla supplica~50 tinham ji utcsa cliffercote da dos futuros desembtlrgadores (lo paCo no coineCo do seculo XIV; e estes desclc o principio 110 scculo XIII via111 despontar coln Formas legislalivas o recnrso tle revista e o pediilo de revis80, el~tBo f~mditlos, mas qlre liaviam de constit,uir tnais tarile, ilepois (la si?parar,lo, duas mblas intimas clu trih~lual supremo do paiz (supra, 11. 80 a 8lj 4. 1 Josh Vakrssr~o AL~ARICS DA SILVA, MCIIIO~ZQ sobre n /'o?.~~zn dos jz~izos 120s pri?jzei.os ser:ulas air nroilnvlJ~ia porlrc!juezn, npud c11 ,Wea~o- vias de 1irteraiz~1.a p. 64 e eegp. Irk da Acndenlta, vol. IV, pag. 35 e segg. - Vcj eapcc.
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Synthese das ~releqses do Ex? Sr. D
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