TOMO 1 - CiFEFiL

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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1 387 Em contrapartida, as mulheres geralmente dançam em duplas ou em grupos pequenos com movimentos iguais opostos. O ritual de violência nos bailes funk, os grupos não objetivam eliminar o inimigo, mas sim, almejam reconhecimento de um lugar, um território, nesse jogo, almeja a participação, a inclusão compensando seu cotidiano onde são rejeitados e excluídos. Esses grupos, oriundos de segmentos populares, transitam na mídia numa espécie de jogo de espelhos, que ora os associa a imagens de delinquência, ora os apresenta como uma expressão da cultura popular dos anos 90. Percebemos então, que o funk tem impressionado muito pela força que possui, e a capacidade de permanecer presente, de se disseminar pelas localidades. O funk é considerado perigoso porque traduz uma conduta inconsequente, que glorifica a delinquência. O estilo de vida desses jovens, quer dizer, os produtos culturais, gostos, opções de entretenimento, dança, roupas tem como principio estético “pegue e misture”. Em outras palavras é uma maneira de chantagear as estruturas de dominação, por isso, elaboram valores, sentidos, identidade e afirmam localismos, e ainda se integram cada vez mais no mundo globalizado. Contudo, os funkeiros não sabem explicar ao certo como as coreografias se consagraram, uma vez que é um processo de criação natural, espontâneo. Ressaltam que algumas músicas são elaboradas a partir de uma dança, já outras vezes, a letra da música sugere construção de passos de dança e novas brincadeiras. E quando estão distantes de seu território de origem (favelas e bairros pobres) sentem-se mais frágeis, porém mais engajados em lutar por um lugar, um reconhecimento. É claro que isso não ocorre somente pela dança e certas práticas sociais, já que a música está presente nos momentos de lazer, formando assim o lócus público, podemos assim afirmar e intervir de forma crítica no espaço público, mostrando um discurso próprio das favelas e subúrbios para toda a cidade. Tendo como base o arcabouço teórico discutido nos itens anteriores: dialogismo, ethos, música e o estilo funk. Pretende-se, no próximo item, analisar o corpus da música "Créu".
Análise do Corpus É créu é creu neles é créu nelas. Bora que vamos, bora que vamos. Pra dançar créu tem que ter disposição Pra dançar créu tem que ter habilidade Pois essa dança ela não é mole não Eu venho te lembrar são cinco velocidade A primeira é devagarzinho, É só aprendizado hein É assim o... Creeeuuu, creeuuu, creeeuuu. Se ligou... de novo... Creeeuuu, creeeuuu, creeeuuu Número dois: Creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, continua… Fácil né… de novo Creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu Número três: Creuu, creuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creuu, creeuu, creeuu, tá ficando difícil hein… creeuu, creeuu , creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu, creeuu creeuu, creeuu, creeuu… Agora eu quero ver na quatro hein Creu, tá aumentando mané Créu, créu, créu, créu Créu, créu, créu, creu, créu, créu, créu, créu Créu, créu ... Segura, dj vou confessar a vocês Que eu não consigo a número cinco hein, dj Número cinco hein, dj velocidade cinco na dança do creeuu... créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu créu créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1 388
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Perto de Tebas, junto a um monte, s
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CULTURA PARTILHADA E PUBLICIDADE US
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5.3. Forma única e referentes múl
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DA CIÊNCIA À DIVULGAÇÃO CIENTÍ
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5.1. O papel do divulgador Cadernos
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DE DIDO À MATRONA DE ÉFESO Amós
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DISCURSOS DE POSSE DOS PRESIDENTES
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4. Sobre os neologismos semânticos
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DISPARIDADES CRÍTICAS SOBRE A OBRA
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1. Introdução DO SILENCIAMENTO DE
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3. Palavras de conclusão Cadernos
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panheira// Tendo noticia de que no
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ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA ESC
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ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS EM SILV
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974 da pela classe dominante, espec
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976 Não ides pensar, um instante,
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978 cionando, vibrando, e essas mar
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980 sobre sua situação no espaço
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TOMO 1 - CiFEFiL

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