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TOMO 1 - CiFEFiL

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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1<br />

671<br />

Norman Fairclough (2008, p. 264) chama de “tecnologização<br />

do discurso” um conjunto de técnicas que são usados estrategicamente<br />

para “ter efeitos particulares sobre o público”. Tendência das<br />

sociedades modernas, essas “técnicas” têm sido cada vez mais utilizadas<br />

por um grupo de pessoas detentoras de “habilidades especiais”,<br />

geralmente especialistas no manejo da linguagem, das técnicas linguísticas,<br />

de conhecimentos sobre a sociedade e seu funcionamento,<br />

na tentativa frequente de controle sobre a vida das pessoas.<br />

O teórico britânico (2008, p. 90) listou cinco características<br />

da tecnologização do discurso: 1. O surgimento de peritos em “tecnologia<br />

do discurso”; 2. Uma mudança no “policiamento” das práticas<br />

discursivas; 3. Concepção e projeção de técnicas discursivas descontextualizadas;<br />

4. Simulação discursiva com fundamentos estratégicos;<br />

5. Pressão no sentido de uniformizar as práticas discursivas.<br />

Ele diz:<br />

As tecnologias discursivas estabelecem uma ligação íntima entre o<br />

conhecimento sobre linguagem e discurso e poder. Elas são planejadas e<br />

aperfeiçoadas com base nos efeitos antecipados mesmo nos mais apurados<br />

detalhes de escolhas linguísticas no vocabulário, na gramática, na entonação,<br />

na organização do diálogo, entre outros, como também a expressão<br />

facial, o gesto, a postura e os movimentos corporais. Elas produzem<br />

mudança discursiva mediante um planejamento consciente. Isso implica<br />

acesso de parte dos tecnólogos ao conhecimento psicológico e sociológico<br />

(FAIRCLOUGH, 2008, p. 265).<br />

Caracterizadas como uma forma de poder, como instrumentos<br />

de policiamento e dominação das práticas discursivas, as tecnologias<br />

discursivas estão avançando para locais institucionais específicos,<br />

onde são conscientemente cuidadas, planejadas e aperfeiçoadas por<br />

especialistas para atender às exigências institucionais na transmissão<br />

das técnicas. Os especialistas ou tecnólogos têm acesso ao conhecimento<br />

sobre a linguagem e o discurso que moldam as práticas discursivas<br />

institucionais.<br />

Fairclough (2008, p. 264) afirma que a entrevista, o ensino, o<br />

aconselhamento e a publicidade são “técnicas transcontextuais que<br />

são consideradas como recursos ou conjunto de instrumentos que<br />

podem ser usados para perseguir uma variedade ampla de estratégias<br />

em muitos e diversos contextos”.

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