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TOMO 1 - CiFEFiL

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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1<br />

668<br />

tituído por testemunhos publicados na seção Superação do jornal Folha<br />

Universal em 2008. Para entendermos melhor os três processos<br />

vejamos como eles são conceituados e como se realizam neste corpus.<br />

3.1 Democratização do discurso: a eliminação simulada<br />

de marcadores explícitos de poder<br />

As transformações ocorridas nas últimas décadas, aceleradas<br />

pelos avanços na tecnologia – nos meios de comunicação, nos modos<br />

de produção e na natureza das organizações – produziram a necessidade<br />

de uma nova linguagem. De modo geral, o discurso formal vem<br />

sendo substituído pelo informal.<br />

Para Fairclough (2008), essa tendência ao discurso conversacional<br />

é resultado do processo de democratização em todas as esferas<br />

da atividade humana. O autor entende como democratização do discurso,<br />

“a redução de marcadores explícitos de assimetria de poder<br />

entre pessoas com poder institucional desigual – professores e alunos,<br />

gerentes e trabalhadores, pais e filhos, médicos e pacientes –,<br />

que é evidente numa diversidade de domínios institucionais” (FA-<br />

IRCLOUGH 2008, p. 129).<br />

Em sua pesquisa, o linguista britânico analisa cinco áreas de<br />

democratização discursiva: relações entre línguas e dialetos sociais;<br />

acesso a tipos de discurso de prestígio; eliminação de marcadores<br />

explícitos de poder em tipos de discurso institucionais com relações<br />

desiguais de poder; tendência à informalidade das línguas, e mudanças<br />

nas práticas referentes ao gênero na linguagem. Em nosso trabalho<br />

destacaremos a retirada de marcadores explícitos de poder em tipos<br />

de discurso institucionais com relações desiguais de poder.<br />

Essa tendência de eliminar marcadores explícitos de poder,<br />

enfatiza o autor, está intimamente ligada à informalidade, cuja importância<br />

tem sido bastante acentuada pelos valores culturais contemporâneos.<br />

Ele afirma: “é nos tipos mais formais de situação que<br />

as assimetrias de poder e status são as mais nítidas” (FAIRCLOU-<br />

GH, 2008, p. 251). A forma como o discurso conversacional está<br />

sendo projetado do seu domínio privado para a esfera pública é uma

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