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TOMO 1 - CiFEFiL

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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1<br />

688<br />

Para Maingueneau (2007, p. 35), campo discursivo é “um<br />

conjunto de formações discursivas que se encontram em concorrência,<br />

delimitam-se reciprocamente em uma região determinada do universo<br />

discursivo”, divergindo, como já fora dito, na forma como a<br />

função social do discurso será preenchida. Esse recorte em campos é<br />

apenas uma abstração necessária, que deve permitir abrir múltiplas<br />

redes de trocas. Para o autor, é no interior do campo discursivo que<br />

se constitui um discurso, e sua hipótese é que tal constituição pode<br />

deixar-se descrever em termos de operações regulares sobre formações<br />

discursivas já existentes. Não significa que os discursos se<br />

constituam todos da mesma forma.<br />

Tomando como base essas noções, podemos dizer que no interior do<br />

“universo discursivo” temos um “campo discursivo”, em que várias formações<br />

discursivas se encontram em concorrência, delimitando-se reciprocamente.<br />

Dentro do campo podem ser isolados os espaços discursivos,<br />

isto é, subconjuntos que ligam ao menos duas formações discursivas<br />

que mantêm relações privilegiadas, relações essas que o analista julga<br />

pertinente para o seu propósito. (LARA, 2004, p. 118)<br />

Nesse contexto, tomando a noção de interdiscurso, enquanto<br />

espaço de trocas entre vários discursos, evidencia-se que as falas dos<br />

alunos de Letras sobre o ensino de LM é atravessada por várias formações<br />

discursivas, mostrando que a heterogeneidade é princípio de<br />

sua constituição.<br />

4.3. Heterogeneidade, Interdiscursividade, Intertextualidade:<br />

da teoria à prática<br />

Maingueneau (2007), na Gênese dos Discursos, faz uma distinção<br />

entre intertexto e intertextualidade. Para o autor, o intertexto é<br />

um complexo de fragmentos citados em um mesmo corpus enquanto<br />

a intertextualidade é conceituada como um sistema de regras que define<br />

o intertexto. A intertextualidade torna-se plano de análise uma<br />

vez que “todo campo discursivo define certa maneira de citar os discursos<br />

anteriores do mesmo campo” (op. cit. p.81). Assim, o intertexto<br />

ancora-se no eixo da memória discursiva, aceitando alguns discursos<br />

e recusando outros, seja pela intertextualidade interna (memória<br />

discursiva acerca do ensino de LM) e intertextualidade externa<br />

(textos de outros campos discursivos que se ligam ao discurso do a-

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