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TOMO 1 - CiFEFiL

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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1<br />

646<br />

2. Caminhos históricos e metodológicos em análise crítica do discurso<br />

Análise crítica do discurso, perspectiva que recusa a neutralidade da<br />

investigação e do investigador, que define os seus objetivos em termos<br />

políticos, sociais e culturais e que olha para a linguagem como prática<br />

social e ideológica e para a relação entre interlocutores como contextualizada<br />

por relações de poder, dominação e resistência institucionalmente<br />

constituídas. (PEDRO, 1998, p. 15)<br />

Os analistas críticos do discurso se posicionam politicamente<br />

quanto às análises que procedem. Para eles, é importante verificar<br />

como as práticas linguísticas, discursivas e sociais se interrelacionam<br />

de tal maneira nas estruturas socialmente alicerçadas em<br />

práticas ideológicas que se torna difícil fugir delas. Seguir uma postura<br />

crítica, como a assumida pela análise crítica do discurso (ACD),<br />

requer se identificar com seu objetivo, qual seja, elucidar as naturalizações<br />

advindas de práticas ideológicas, tornando claro os efeitos<br />

que o discurso causa por serem opacos para os participantes (FAIR-<br />

CLOUGH, 1995a) e, deste modo, intervir na sociedade a fim de gerar<br />

mudanças, principalmente, a favor dos ‘perdedores’ (excluídos<br />

sociais, pessoas sujeitas a relações de opressão, pobres’), dos menos<br />

favorecidos. Pois é fato sabido que a circulação de texto dentro de<br />

uma sociedade pode servir de meios de dominação através da linguagem,<br />

entre alguns destes aspectos Hanks (2008, p. 155) aponta:<br />

exercício de poder social, desigualdade política, cultural, discriminação<br />

de classe, sexo, etnia. Por isso que cabe a ACD desnaturalizar<br />

estas práticas discursivas – “analisar e revelar o papel do discurso na<br />

(re)produção da dominação” (PEDRO, 1998, p. 25).<br />

Sobre este assunto, Van Dijk (2008, p. 19) afirma o seguinte:<br />

Se o discurso controla mentes, e mentes controlam ação, é crucial<br />

para aqueles que estão no poder controlar o discurso em primeiro lugar.<br />

Como eles fazem isso? Se eventos comunicativos consistem não somente<br />

de escrita e fala “verbais”, mas também de um contexto que influencia o<br />

discurso, então o primeiro passo para o controle do discurso é controlar<br />

seus contextos. [...] Isso significa que precisamos examinar em detalhe as<br />

maneiras como o acesso ao discurso está sendo regulado por aqueles que<br />

estão no poder (VAN DIJK, 2008, p. 19).<br />

“Examinar em detalhe as maneiras como o acesso ao discurso<br />

está sendo regulado por aqueles que estão no poder” (FAIRCLOU-

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