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TOMO 1 - CiFEFiL

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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1<br />

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curso ou o direito autoral. Essa presença do discurso relatado também<br />

se presta para, mesmo sendo destacado no discurso (por aspas,<br />

por exemplo), marcar o argumento de autoridade. Assim, temos como<br />

efeito da utilização desse recurso, uma autenticidade, evidenciando<br />

que as palavras foram realmente proferidos pelo seu autor.<br />

Com análise dessas categorias no discurso da divulgação científica,<br />

pretendemos perceber como esse discurso (re)atualiza (se<br />

podemos dizer assim) o discurso da ciência. Assim, ao comentar o<br />

discurso científico, o divulgador (re)atualiza-o em outra ordem, a do<br />

senso comum, através de um gesto de interpretação.<br />

4. O texto de DC em sala de aula: implicações pedagógicas<br />

Assim afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRA-<br />

SIL, 1998, p. 20-21):<br />

Interagir pela linguagem significa realizar uma atividade discursiva:<br />

dizer alguma coisa a alguém, de uma determinada forma, num determinado<br />

contexto histórico e em determinadas circunstâncias de interlocução.<br />

Isso significa que as escolhas feitas ao produzir um discurso não são<br />

aleatórias - ainda que possam ser inconscientes -, mas decorrentes das<br />

condições em que o discurso é realizado. Quer dizer: quando um sujeito<br />

interage verbalmente com outro, o discurso se organiza a partir das finalidades<br />

e intenções do locutor, dos conhecimentos que acredita que o interlocutor<br />

possua sobre o assunto, do que supõe serem suas opiniões e<br />

convicções, simpatias e antipatias, da relação de afinidade e do grau de<br />

familiaridade que têm, da posição social e hierárquica que ocupam. Isso<br />

tudo determina as escolhas do gênero no qual o discurso se realizará, dos<br />

procedimentos de estruturação e da seleção de recursos linguísticos.<br />

Com esse posicionamento dos PCNs, justifico o caráter heterogêneo,<br />

dinâmico e não transparente da linguagem. Dessa forma, se<br />

a pretensão da escola é a formação de sujeitos críticos e leitores proficientes<br />

dos mais variados gêneros discursivos, é preciso, então, que<br />

ocorra um trabalho que se volte para essas questões da linguagem, no<br />

intuito de perceber sua dinâmica, seu funcionamento.<br />

Concordamos com Bezerra (2005), quando afirma reconhecer<br />

que a escola sempre trabalhou com gêneros, até porque, na década de<br />

80, com a divulgação de algumas teorias linguísticas privilegiando o<br />

estudo do texto, os livros didáticos diversificaram e ampliaram ainda<br />

mais a sua seleção textual, destacando-se a presença de textos jorna-

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