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TOMO 1 - CiFEFiL

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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1<br />

510<br />

cola que a criança brasileira pobre vai começar a ter acesso a estilos<br />

diferentes do seu vernáculo e vai iniciar a tarefa de incorporar esses<br />

estilos ao seu repertório linguístico. Bortoni-Ricardo afirma que, na<br />

familiarização do aluno com estilos monitorados – os que se sobrepõem<br />

ao vernáculo aprendido pela criança no contato, inicialmente<br />

com a família e, em seguida, com os pares – e na sua aquisição dos<br />

recursos comunicativos que lhe vão permitir usar esses estilos, é que<br />

se observa os efeitos positivos da ampliação da competência linguística<br />

e comunicativa do aluno.<br />

4. Implicações na sala de aula<br />

Para envolver o aluno no universo dos saberes escolares, é<br />

preciso descobrir os conhecimentos da cultura popular que já trazem<br />

de suas casas. Interações dos ambientes educacionais com a realidade<br />

familiar e comunitária da criança favorecem o seu desenvolvimento<br />

e facilitam a emergência de novos saberes. Nesse contexto,<br />

quando o uso da língua padrão não leva em conta a cultura popular<br />

do aluno, torna-se um grande entrave na construção do seu aprendizado.<br />

Essa questão nos remete a pensar sobre aqueles alunos que<br />

frequentam as nossas aulas e não encontram formas de interagir com<br />

as informações que lhes são apresentadas. Quando falta continuidade<br />

entre a casa e a instituição educativa, a criança fica sem saber o que<br />

fazer, não consegue aproveitar as aprendizagens adquiridas, emudece<br />

e perde o interesse em aprender.<br />

De acordo com a abordagem sociolinguística, as crianças<br />

chegam à escola trazendo variações linguísticas de diferentes registros,<br />

modos de dizer diferentes que, discutidos e compartilhados,<br />

contribuem para aumentar o repertório linguístico à disposição de<br />

cada uma delas.<br />

Nessa perspectiva, Gagné (2002) afirma que a escola deve visar<br />

o aumento do repertório linguístico das crianças para lhes dar a<br />

possibilidade de utilizar as variantes apropriadas às situações de comunicação<br />

mais diversas e assegurar, o mais eficazmente possível,<br />

as funções a que a língua serve. A escola, portanto, deve organizar<br />

sua pedagogia de tal modo que a criança tenha não só um repertório

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