Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras
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3. 2 REAÇÕES AOS ATOS DE FALA - A INTERLOCUÇÃO<br />
Três ex-alunos da primeira turma <strong>de</strong> alfabetização da “Escolinha do Povo”: Nei<strong>de</strong><br />
Aparecida Lopes, Rosa dos Santos Andra<strong>de</strong> e o marido Pedro Rodrigues <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, cujas<br />
fotografias estão estampadas na notícia da Folha <strong>de</strong> Londrina (cf. anexo 14), além <strong>de</strong><br />
reagir<strong>em</strong> ao ato <strong>de</strong> fala, aten<strong>de</strong>ndo ao chamado, confirmaram a versão histórica<br />
cont<strong>em</strong>porânea sobre o trabalho pedagógico <strong>de</strong>senvolvido na primeira escola. A atitu<strong>de</strong><br />
lingüística tomada pelos três sujeitos configurou-se no efeito dos ilocucionários<br />
veiculados pela Rádio Colméia, os perlocucionários austinianos. Tal atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong><br />
ajudou a forjar o significado proposto pelos proferimentos iniciais: a recuperação da<br />
“Escolinha do Povo”.<br />
A partir <strong>de</strong>ssa etapa, composta <strong>de</strong> atos <strong>de</strong> fala predominant<strong>em</strong>ente orais, passou-<br />
se à pesquisa <strong>de</strong> atos administrativos <strong>de</strong> 1963 a 1964, na Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão, <strong>em</strong> cujos registros constasse a criação da “Escolinha do Povo”, ou do Colégio<br />
Estadual “Dr. Osvaldo Cruz” ou ainda contatos com pessoas que lá trabalharam. Os<br />
performativos documentais encontrados citam apenas indiretamente a atual escola, mas não<br />
são atos <strong>de</strong> criação propriamente ditos: as Portarias n.º 123 e 124/65, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />
1965 (anexos 2e 4), nas quais as professoras Estel Ferreira <strong>de</strong> Mello e Herta Irene Probst<br />
foram contratadas para dar aulas no “magistério primário municipal”; a lei municipal 25/64,<br />
<strong>de</strong> 25/07/1964 (cf. anexo 3); a relação <strong>de</strong> professores municipais do mesmo ano das<br />
portarias acima, (cf. arquivo <strong>de</strong> pesquisa) na qual encontra-se o nome <strong>de</strong> Estel Ferreira <strong>de</strong><br />
Mello como professora da já então Escola Isolada Municipal “Dr. Osvaldo Cruz”.<br />
Estes registros, conforme a teoria austiniana, são atos ilocucionários. Os dois<br />
primeiros, performativos explícitos puros, isto é, apresentam claramente o eu proferidor e o<br />
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