Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras
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encontram registradas no ex<strong>em</strong>plar as palavras geradoras r<strong>em</strong><strong>em</strong>oradas “lata” e “tijolo”.<br />
Denominado - “Escolinha do Povo” 1º Livro <strong>de</strong> Leitura - trazendo ilustrações feitas à mão<br />
no estêncil à tinta, o material apresenta palavras geradoras significativas <strong>em</strong> relação à<br />
realida<strong>de</strong> vivida pela população atendida, tais como: “amigo”, “fome”, “barraco”, “fruta”,<br />
“lava<strong>de</strong>ira”, entre outras, (cf. arquivo <strong>de</strong> pesquisa). Essa cartilha faz parte do acervo do<br />
Museu Municipal “Diolindo Lopes Pereira” <strong>de</strong> Campo Mourão, sob o número 0407 (A9-7).<br />
Do grupo <strong>de</strong> trabalho comunitário foi colhido dois <strong>de</strong>poimentos: o <strong>de</strong> Estel Ferreira<br />
<strong>de</strong> Mello e Imaculada Conceição Cavalcante (sobrenomes <strong>de</strong> solteira). Havia mais uma<br />
alfabetizadora, já falecida, Irene Herta Probst.<br />
Conforme relata a professora Estel, o trabalho, inicialmente foi voluntário. Depois,<br />
l<strong>em</strong>bra que passaram a receber uma ajuda <strong>de</strong> custo do que chamou <strong>de</strong> FATER, entida<strong>de</strong><br />
que, segundo ela, correspondia a um sindicato ligado aos trabalhadores rurais sediado <strong>em</strong><br />
Maringá. Com o golpe militar <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1964, as portas da escola foram fechadas<br />
imediatamente. O material do movimento - textos <strong>de</strong> divulgação e didático-pedagógico - foi<br />
escondido e posteriormente incinerado. A chave da escola ficou sob a guarda <strong>de</strong> Imaculada<br />
Conceição Cavalcante, segundo <strong>de</strong>poimento da mesma.<br />
Aqui, observou-se um fato particularmente surpreen<strong>de</strong>nte e relevante para esta<br />
investigação: a partir <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> março, a escola passou a ser dirigida e ampliada pela<br />
prefeitura municipal, s<strong>em</strong> a <strong>em</strong>issão escrita <strong>de</strong> um ato administrativo comprobatório. Em<br />
02/04/64 convencionou-se duas coisas: o apagamento da“Escolinha do Povo” e o início da<br />
escola municipal. O primeiro registro citando a última não se refere à sua criação<br />
propriamente dita, mas à Lei Municipal n.º 25/64, autorizando a construção <strong>de</strong> salas <strong>de</strong> aula<br />
na Vila Operária, isto é, a sua ampliação (cf. anexo 3).<br />
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