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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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construção da história. Todavia nos anexos encontrar-se-ão esses enunciados na íntegra.<br />

Em relação aos sujeitos <strong>em</strong>píricos que fizeram parte do grupo <strong>de</strong> jovens, alfabetizadores da<br />

“Escolinha do Povo”, optou-se por lhes revelar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> necessária para recompor a<br />

história da comunida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sses agentes do trabalho voluntário.<br />

Os enunciados performativos referentes aos cinco momentos recortados para a<br />

análise serão lidos sob a visão da Pragmática, isto é, da linguag<strong>em</strong> enquanto ação, ou seja,<br />

quando a realização histórica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ato <strong>de</strong> dizer. Esse conceito elaborado por<br />

influência <strong>de</strong> antecessores e cont<strong>em</strong>porâneos <strong>de</strong> Austin <strong>de</strong>monstra a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

separação entre a produção da linguag<strong>em</strong> e a realida<strong>de</strong>, isto é, <strong>em</strong> muitas ocasiões os fatos<br />

históricos são fatos <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> e não a representação do acontecimento através da<br />

linguag<strong>em</strong>. Esses são pressupostos teóricos <strong>de</strong> Austin, na obra “Quando dizer é fazer:<br />

palavras e ação”, traduzido por Danilo Marcon<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Filho, <strong>em</strong> 1990. Nela, o<br />

filósofo formula conceitos <strong>de</strong> performativo explícito e primário, que compõ<strong>em</strong> o ato <strong>de</strong><br />

fala.<br />

Além <strong>de</strong>stes conceitos, recorrer-se-á ao <strong>de</strong> enunciado <strong>de</strong> Bakhtin como sendo a<br />

produção significativa <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> só possível quando resultado <strong>de</strong> um diálogo<br />

responsivo ativo, concreto, historicamente datado e com finalida<strong>de</strong>s contextuais exigidas<br />

por cada esfera <strong>de</strong> comunicação. Em ambos, o contexto <strong>de</strong> produção da linguag<strong>em</strong> é que irá<br />

<strong>de</strong>terminar o significado do proferimento.<br />

No primeiro capítulo do trabalho, serão apresentados os conceitos teóricos<br />

<strong>em</strong>basadores da análise, tais como, a noção <strong>de</strong> enunciado e gênero do discurso preconizada<br />

por Bakhtin. Além <strong>de</strong>stes, a explicitação da função performativa da linguag<strong>em</strong>, <strong>de</strong><br />

conceitos como performativos puros e primários, ilocucionário e a visão da linguag<strong>em</strong><br />

como representação do real. Apresentar-se-á ainda um contraponto entre a visão <strong>de</strong> Austin<br />

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