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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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(cf. anexos 5 e 6). Comprovam, ainda, a falácia expressa na justificativa implícita da<br />

admissão. Os atos <strong>de</strong> “admitir” e “transferir” encobr<strong>em</strong>, pelo uso da linguag<strong>em</strong>, a fuga da<br />

função social concernente ao ato administrativo.<br />

A construção referida na última citação só foi autorizada no ano seguinte através <strong>de</strong><br />

ato administrativo, <strong>em</strong> 25/07/64, através da Lei n.º 25/64, noutra gestão municipal. Apesar<br />

<strong>de</strong> as entrevistadas <strong>de</strong>clarar<strong>em</strong> que a escola ficou fechada alguns dias após o golpe militar,<br />

o registro seguinte do nome das primeiras professoras da Escola Isolada Municipal “Dr.<br />

Osvaldo Cruz” não é <strong>de</strong> 1964, mas <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1965. Trata-se das Portarias 123 e 124/65<br />

ambas <strong>de</strong> 20/01/65. Assim não há como confirmar a data <strong>de</strong> 02/04/64 como <strong>de</strong> “criação” da<br />

escola e, sim, do apagamento da existência da “Escolinha do Povo”.<br />

As Portarias 17 e 30/63 apresentam gênero a<strong>de</strong>quado à finalida<strong>de</strong> pretendida, os<br />

procedimentos foram corretos, <strong>em</strong>anados da pessoa certa, na circunstância a<strong>de</strong>quada.<br />

Entretanto, o cotejo confrontando os fatos discursivos (Portarias 17 e 30/63, 18 e 31/63,<br />

123 e 124/65) revela realida<strong>de</strong>s tecidas <strong>de</strong> forma diferente entre si. No que se refere aos<br />

quatro atos <strong>em</strong>itidos <strong>em</strong> 1963, a tentativa <strong>de</strong> recuperação da circunstância geradora e/ou<br />

gerada pela linguag<strong>em</strong> parece dizer que não cumpriram a sua “finalida<strong>de</strong> pública”<br />

(MEIRELLES, 1995, p. 132). Não se justifica admitir, <strong>em</strong> final <strong>de</strong> mandato, funcionários<br />

para uma escola antes da sua construção. A linguag<strong>em</strong> constrói um fato discursivo<br />

unicamente. Uma pergunta ficará s<strong>em</strong> resposta: por que não foram admitidas as voluntárias<br />

que já estavam trabalhando na mesma função na sala <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Em 1999, ocasião do resgate da existência da “Escolinha do Povo” (cf. anexos 14 e<br />

15), propôs-se a construção <strong>de</strong> uma nova teia histórica no âmbito da comunida<strong>de</strong> escolar<br />

<strong>em</strong> relação à mudança da sua data <strong>de</strong> criação e a relação <strong>de</strong> seus ex-diretores. Os<br />

proferimentos foram veiculados através <strong>de</strong> gêneros mais amplos como os <strong>de</strong>nominados<br />

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