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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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história. Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que sofre as ações dos atos <strong>de</strong> fala, não reconhece seu po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> atuação através da linguag<strong>em</strong>. Na sua inércia, não se reconhece como interlocutor <strong>de</strong> um<br />

diálogo histórico, concreto, no qual cab<strong>em</strong> o sim e o não.<br />

Ensinar a prática da linguag<strong>em</strong> como a forma <strong>de</strong> ação é antes <strong>de</strong> tudo oferecer uma<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercício da cidadania, <strong>de</strong> restabelecimento do diálogo com as voluntárias<br />

pelo trabalho na “Escolinha do Povo” e, ainda, outros sujeitos que, na mesma época<br />

<strong>de</strong>senvolveram ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> outros grupos como a Cruzada <strong>de</strong> Ação Social (CAS), <strong>em</strong><br />

1964.<br />

A análise da ação da linguag<strong>em</strong> mostra a possibilida<strong>de</strong> da manipulação do sist<strong>em</strong>a,<br />

no que se refere ao uso <strong>de</strong> cargos públicos <strong>em</strong> <strong>de</strong>sacordo com a exigência da sua função<br />

social, como o ocorrido <strong>em</strong> 1963, 1964 e 1980, ocasiões <strong>em</strong> que o dizer foi fazer e os<br />

efeitos <strong>de</strong>sses atos <strong>de</strong> fala encontram eco no meio social ainda hoje, produzindo novos fatos<br />

históricos, políticos e sociais. Outra possibilida<strong>de</strong> aferida foi a imposição <strong>de</strong> uma dada<br />

versão histórica pela autorida<strong>de</strong> constituída. Dessa forma, também se faz necessária a<br />

imposição ao leitor da ampliação <strong>de</strong> seu campo <strong>de</strong> leitura. Que o leitor não tome os<br />

registros escritos como verda<strong>de</strong>s absolutas apenas por este significado ter alçado ao estatuto<br />

<strong>de</strong> registro escrito. Esta ampliação po<strong>de</strong> ser realizada através do confronto dos enunciados<br />

referentes a uma mesma circunstância histórica, pois como as situações aqui analisadas, a<br />

performativida<strong>de</strong> da linguag<strong>em</strong> oportunizou recuperar os vários discursos que,<br />

confrontados, mostraram o lado sombrio da história oficial registrada concorrente com a<br />

versão extra-oficial veiculada muitas vezes oralmente, como se comprova pelo <strong>de</strong>poimento<br />

recente da professora Vanilda (2001): “Eu estu<strong>de</strong>i na “Escolinha do Povo”. A diretora era<br />

Dona Maria da Luz que me levava estudar na sua casa para me preparar para o exame <strong>de</strong><br />

admissão...”. Este <strong>de</strong>poimento comprova a existência atual <strong>de</strong> uma versão histórica que não<br />

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