Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras
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Este performativo foi <strong>em</strong>itido <strong>em</strong> conjunto: o prefeito, amparado pela Câmara<br />
através da Lei 38/64, e a chefe do <strong>de</strong>partamento. Ambos se responsabilizam pelo ato <strong>de</strong> fala<br />
administrativo, ao assiná-lo.<br />
Os dois performativos explícitos elencados (anexos 2 e 3), apesar <strong>de</strong> explícita<br />
força ilocucionária, a<strong>de</strong>quação formal e condições <strong>de</strong> satisfação, não dão conta <strong>de</strong><br />
comprovar que o atual Colégio Estadual “Dr. Osvaldo Cruz” foi criado “Em 02 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong><br />
1964.” (cf. anexo 1). A autorização <strong>de</strong> construção das casas escolares (cf. anexo 3) é datada<br />
<strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1964, com publicação <strong>em</strong> diário oficial <strong>em</strong> 07/10/64. Nenhum dos dois<br />
últimos documentos citados comprovam a criação do estabelecimento <strong>em</strong> 02/04/64, se<br />
assim o fosse, as aulas teriam sido dadas ao relento, uma vez que a data da autorização da<br />
construção é <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1964.<br />
Os gêneros portaria e lei municipal, <strong>em</strong> condições felizes <strong>de</strong> satisfação, se<br />
enfocados sob o aspecto único do enunciado, não comprovam a possível data <strong>de</strong> criação da<br />
Escola Isolada Municipal “Dr. Osvaldo Cruz”, mesmo porque seus teores não se refer<strong>em</strong> a<br />
isso. Todavia, reportando-se ao contexto, o momento histórico concreto e único, o anexo 2<br />
confirma o <strong>de</strong>poimento da ex-alfabetizadora Imaculada Conceição Cavalcante ao relatar o<br />
convite proferido pela autorida<strong>de</strong> constituída para continuar o trabalho iniciado como<br />
professora primária na “Escolinha do Povo”. O mesmo convite foi estendido à Estel<br />
Ferreira <strong>de</strong> Mello e à Herta Irene Probst.<br />
Uma leitura superficial diria que os anexos 2 e 4 são performativos explícitos<br />
puros <strong>em</strong> condições felizes <strong>de</strong> satisfação, <strong>de</strong>signativos das primeiras professoras do<br />
“magistério primário” ou da ampliação das instalações da então Escola Isolada Municipal<br />
“Dr. Osvaldo Cruz”, a leitura pragmática <strong>de</strong>monstrou uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> apoio<br />
da autorida<strong>de</strong> constituída <strong>em</strong> relação à própria “Escolinha do Povo”, comprovada pela<br />
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