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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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estabelecida e a função pública <strong>de</strong>sses atos – critérios que <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cidos – invalidam-nos.<br />

Tais conceitos foram tomados <strong>de</strong> Hely Lopes Meirelles.<br />

As ações lingüísticas analisadas mostraram que a construção explícita ou implícita<br />

dos proferimentos, constant<strong>em</strong>ente reiterados, vão fixando uma teia discursiva <strong>de</strong> fatos<br />

históricos, às vezes, s<strong>em</strong> o fato <strong>em</strong>pírico correspon<strong>de</strong>nte, o que v<strong>em</strong> confirmar a linguag<strong>em</strong><br />

como a constituição <strong>de</strong> outro fato discursivo e não o seu relato. Esta é a circunstância<br />

observada no anexo 1, nas duas interrogações levantadas pela pesquisa: a data <strong>de</strong><br />

nascimento da escola e o conseqüente apagamento da “Escolinha do Povo e a exclusão do<br />

nome <strong>de</strong> dois diretores <strong>de</strong>signados <strong>em</strong> 1980.<br />

Dos fatos acima referidos são relevantes questões sobre que mecanismos <strong>de</strong><br />

linguag<strong>em</strong> propiciaram a instalação <strong>de</strong>sses significados na história do estabelecimento <strong>de</strong><br />

ensino. Se tal história construiu-se, como colocado por Bakhtin, através dos enunciados<br />

concretos e únicos, ou se <strong>de</strong>vido à escolha <strong>de</strong> gêneros a<strong>de</strong>quados, ou ainda, pela construção<br />

<strong>de</strong> performativos, da forma explicitada por Austin. Este explica que a linguag<strong>em</strong>, vista<br />

essencialmente numa função performativa, exige a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos como<br />

contexto, convenções <strong>de</strong> uso e intenções dos usuários, por ocasião da <strong>em</strong>issão do<br />

proferimento.<br />

A conceituação austiniana ensina que o proferimento consiste numa <strong>em</strong>issão<br />

concreta e particular <strong>de</strong> uma sentença, <strong>em</strong> um momento <strong>de</strong>terminado, por um falante<br />

<strong>de</strong>terminado. Na II Conferência, o autor assim o <strong>de</strong>fine:<br />

(...) íamos consi<strong>de</strong>rar alguns (apenas alguns, felizmente) casos e sentidos <strong>em</strong> que dizer<br />

algo é fazer algo; ou <strong>em</strong> que por dizermos, ou ao dizermos algo estamos fazendo<br />

algo.(...)<br />

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