Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras
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incluirá aquilo a que Austin se refere nas condições <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>: os participantes <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />
ter uma conduta subseqüente e <strong>de</strong>v<strong>em</strong> realmente conduzir-se <strong>de</strong>ssa maneira.<br />
Como propõe Searle, fixar a <strong>de</strong>scrição da performativida<strong>de</strong> no enunciado, tendo<br />
como primordial a sua <strong>de</strong>composição <strong>em</strong> duas partes, outorgar somente à intencionalida<strong>de</strong><br />
do falante o po<strong>de</strong>r da performativida<strong>de</strong>, simplifica a realização do ato <strong>de</strong> fala.<br />
A institucionalização da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> dois fatos históricos aqui analisada não resiste à<br />
análise dicotômica proposta por Searle quanto ao ato ilocucionário <strong>em</strong> conteúdo<br />
proposicional e força ilocucionária. É o discurso acordado pelos interlocutores do diálogo<br />
que me<strong>de</strong>ia o uso performativo da linguag<strong>em</strong>.<br />
Ottoni observa que Searle ao apresentar a fórmula F(p) (F sendo a força<br />
ilocucionária e (p) o conteúdo proposicional) isola um conceito e o divi<strong>de</strong> <strong>em</strong> duas partes.<br />
Diz o pesquisador:<br />
Uma vez que parto do princípio <strong>de</strong> que há uma abordag<strong>em</strong> da linguag<strong>em</strong> por <strong>de</strong>trás da<br />
performativida<strong>de</strong>, e que o “ato ilocucionário” é um momento <strong>de</strong> reflexão no interior <strong>de</strong>sta visão<br />
sustento que, ao isolar somente este momento da b<strong>em</strong> montada e precisa argumentação <strong>de</strong><br />
Austin, Searle <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> lado uma proposta filosófica que seria útil para muitos lingüistas, no<br />
sentido <strong>de</strong> abrir um campo <strong>de</strong> reflexão não centrado apenas numa abordag<strong>em</strong> “formalista” e<br />
“positivista” da linguag<strong>em</strong>. (OTTONI, 1998, p. 84)<br />
O fato criticado pelo pesquisador encontra comprovação nos performativos<br />
elencados na análise. Esta não condiz com as pr<strong>em</strong>issas <strong>de</strong> Searle ao revelar as<br />
<strong>de</strong>nominadas “posições-padrão”, entre elas a que prescreve que a linguag<strong>em</strong> “se relaciona<br />
diretamente com o mundo real” (SEARLE, 2000, p. 23):<br />
• Há um mundo real que existe in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> nós, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> nossas<br />
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