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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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ola almejada só po<strong>de</strong> ser atingida pelo toque <strong>de</strong> outra. Desloca-se uma bola para que esta<br />

bata <strong>em</strong> outra e, assim, o objetivo inicial seja alcançado indiretamente.<br />

A explicação <strong>de</strong> Searle é convincente quanto ao papel exercido pela linguag<strong>em</strong> na<br />

formação das instituições, momento <strong>em</strong> que respon<strong>de</strong> como uma dada versão <strong>de</strong> fatos se<br />

estabelece <strong>de</strong>ntro do meio social, isto é, como se institucionaliza.<br />

Searle preten<strong>de</strong> esclarecer, corrigir e dar continuida<strong>de</strong> às idéias <strong>de</strong> Austin, porém o seu<br />

enfoque apenas na intencionalida<strong>de</strong> do locutor como fator <strong>de</strong>terminante do ato <strong>de</strong> fala, não<br />

explica a atuação da linguag<strong>em</strong> na constituição dos fatos históricos discursivos analisados.<br />

A visão <strong>de</strong> Searle quanto ao ato e seu significado estarão concretizados no proferimento<br />

como o registrado nesta passag<strong>em</strong> do autor quando diz que “De modo geral, o ato<br />

ilocucionário (ou os atos ilocucionários) realizado na <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> uma sentença é função do<br />

significado da sentença.” (SEARLE, 1995, p. 104)<br />

Searle, no que diz respeito ao uso performativo da linguag<strong>em</strong>, retoma aspectos<br />

consi<strong>de</strong>rados ultrapassados por Austin tais como critérios falso e verda<strong>de</strong>iro, as condições<br />

<strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong>, a centralida<strong>de</strong> do enunciado na intencionalida<strong>de</strong> do falante.<br />

Reiterando a palavra <strong>de</strong> Austin:<br />

... não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os restringir nossa atenção à proposição <strong>em</strong> questão, seja ela qual for,<br />

como tradicionalmente se t<strong>em</strong> feito. Dev<strong>em</strong>os consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong> modo global a situação <strong>em</strong><br />

que se fez o proferimento - isto é, o ato <strong>de</strong> fala <strong>em</strong> sua totalida<strong>de</strong> -.... .(AUSTIN, 1990,<br />

p. 56)<br />

Os dados <strong>de</strong> que trata a presente dissertação indicam que “o ato <strong>de</strong> fala <strong>em</strong> sua<br />

totalida<strong>de</strong>” ultrapassa a própria situação da enunciação e continua a agir numa esfera mais<br />

ampla e no <strong>de</strong>correr das reiterações dos acordos <strong>de</strong> sentido. A retomada dos acordos<br />

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