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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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Enten<strong>de</strong>u-se que o significado do termo “isolada” não correspon<strong>de</strong> à leitura feita<br />

durante anos, pois não t<strong>em</strong> correspondência com o real <strong>em</strong>pírico, como o sugerido por<br />

Searle, sequer a palavra “vila” t<strong>em</strong> o sentido <strong>de</strong> fora do perímetro urbano. O sentido dado<br />

aos dois termos não correspon<strong>de</strong> ao “modo como as coisas são, ou seja, aos fatos do<br />

mundo” (SEARLE, 2000, p. 19), porém há um significado acordado na produção social da<br />

linguag<strong>em</strong>: vila conota o reduto habitado pelos menos favorecidos, aqueles “brasileiros” a<br />

qu<strong>em</strong> o grupo <strong>de</strong> jovens <strong>de</strong>sejava “ver livres pelo conhecimento” (cf. anexo 13).<br />

Nessa leitura, o momento <strong>em</strong> que se forjam os enunciados é importante, mas n<strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>fine a performativida<strong>de</strong>, isto é, o ato total <strong>de</strong> fala. Ela aparece mais claramente<br />

nas reiterações.<br />

Um tipo <strong>de</strong> comportamento lingüístico traduzido pela produção <strong>de</strong> atos <strong>de</strong> fala com<br />

preocupações éticas, ou não, “atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>”, às vezes, são antecedidas por um<br />

processo reflexivo silencioso impondo ao proferidor <strong>de</strong>liberação e resolução. Esse processo<br />

<strong>em</strong> si não garante a performativida<strong>de</strong> tal como <strong>de</strong>monstrado na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> revelar a<br />

existência da “Escolinha do Povo”. Compreen<strong>de</strong>-se que os interlocutores tenham<br />

apreendido os ilocucionários reveladores da primeira escola e que estes enunciados tenham<br />

alcançado satisfazer integralmente as regras <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> propostas por Austin para<br />

construção <strong>de</strong> performativos. Todavia, o significado proposto nesses enunciados não foi<br />

acordado entre os interlocutores.<br />

Por conta <strong>de</strong>sse fato <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>, a teoria <strong>de</strong> Searle ao dizer do significado inscrito<br />

no proferimento, que, por sua vez, obe<strong>de</strong>ce a um processo <strong>de</strong> causação mental do falante<br />

não se sustenta à luz da leitura dos performativos elencados. Assim como não se sustentam<br />

a intencionalida<strong>de</strong> presente apenas no ilocucionário, como <strong>de</strong>sejou Austin, ou no momento<br />

da enunciação, como o <strong>de</strong>fendido por Ottoni e Rajagopalan. De acordo com os dados, a<br />

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