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Download do Livro - O Grande Conflito

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vantagem, entretanto, ficou afinal com o evangelho. Toda Paris habilitou-se a ver que espécie de homens<br />

as novas opiniões produziram. Não havia púlpito como a fogueira <strong>do</strong> mártir. A serena alegria que<br />

iluminava o rosto daqueles homens, ao se encaminharem . . . para o lugar da execução; seu heroísrno,<br />

estan<strong>do</strong> eles entre as chamas atrozes; seu meigo perdão às injúrias, em não poucos casos transformavam<br />

a cólera em piedade e o ódio em amor, pleitean<strong>do</strong> com irresistível eloqüência em prol <strong>do</strong> evangelho." -<br />

Wylie.<br />

Os padres, dispostos a conservar em seu auge a fúria popular, faziam circular as mais terríveis acusações<br />

contra os protestantes. Eram acusa<strong>do</strong>s de conspirar para o massacre <strong>do</strong>s católicos, subverter o governo a<br />

assassinar o rei. Nem uma sombra sequer de provas podiam aduzir em apoio das alegações. No entanto,<br />

aquelas profecias de males deveriam ter cumprimento; sob circunstâncias, porém, muito diversas a por<br />

causas de caráter oposto. As crueldades que foram pelos católicos infligidas aos inocentes protestantes,<br />

acumularam um peso de retribuições e, séculos depois, ocasionaram a mesma sorte que eles haviam<br />

predito estar iminente sobre o rei, seu governo a seus súditos; mas produziram-na os incrédulos a os<br />

próprios romanistas.. Não foi o estabelecimento <strong>do</strong> protestantismo, mas sim a sua supressão que,<br />

trezentos anos mais tarde, deveria trazer sobre a França essas horrendas calamidades.<br />

Suspeita, desconfiança a terror invadiam agora todas as classes da sociedade. Entre o alarma geral, viuse<br />

quão profundamente c ensino luterano se havia apodera<strong>do</strong> <strong>do</strong> espírito <strong>do</strong>s hómens que mais se<br />

distinguiam pela educação, influência a excelência de caráter. Cargos de confìiança a honra foram<br />

subitamente encontra<strong>do</strong>s vagos. Artífices, impressores, estudantes, professores das universidades,<br />

autores a mesmo cortesãos, desapareceram. Centenas fugiram de Paris, constituin<strong>do</strong>-se voluntariamente<br />

exila<strong>do</strong>s de sua terra natal, dan<strong>do</strong> assim em muitos casos a primeira demonstração de que favoreciam a<br />

fé reformada. Os romanistas olharam em re<strong>do</strong>r de si com espanto, ao pensar nos hereges que, sem o<br />

suspeitarem, haviam si<strong>do</strong> tolera<strong>do</strong>s entre eles. Sua raiva foi descarregada nas multidões de vítimas mais<br />

humildes que estavam a seu alcance. As prisões ficaram repletas, e o próprio ar parecia obscureci<strong>do</strong> com<br />

o fumo de fogueiras a arder, acesas para os que professavam o evangelho.<br />

Francisco 1 ti nha-se gloria<strong>do</strong> de ser o dirigente no grande movimento em prol <strong>do</strong> renascimento <strong>do</strong> saber<br />

que assinalou o início <strong>do</strong> século dezesseis. Deleitara-se em reunir em sua corte homens de letras de<br />

to<strong>do</strong>s os países. A seu amor ao saber e a seu desprezo pela ignorância a superstição <strong>do</strong>s monges deveuse,<br />

em parte ao menos, o grau de tolerância que fora concedi<strong>do</strong> à Reforma. Mas, inspira<strong>do</strong> pelo zelo de<br />

suprimir a heresia, este patrono <strong>do</strong> saber promulgou um edito declaran<strong>do</strong> abolida a imprensa em toda a<br />

França! Francisco 1 apresenta um exemplo entre muitos registra<strong>do</strong>s, os quais mostram que a cultura<br />

intelectual não é salvaguarda contra a intolerância a perseguição religiosas.<br />

A França, mediante cerimônia solene a pública, deveria entregar-se completamente à destruição <strong>do</strong><br />

protestantismo. Os padres exigiram que a afronta feita aos altos Céus, com a condenação da missa, fosse<br />

expiada com sangue, a que o rei, em favor de seu povo, desse publicamente sua sanção à me<strong>do</strong>nha obra.<br />

O 21 de janeiro de 1535 foi marca<strong>do</strong> para a terrível cerimônia. -laviam si<strong>do</strong> suscita<strong>do</strong>s os supersticiosos<br />

temores a ódio fanático da nação inteira. Paris estava repleta de multidões que, de to<strong>do</strong>s os territórios<br />

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