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Download do Livro - O Grande Conflito

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"Procurai fazer com qua as coisas continuem tanto tempo quanto eu provavelmente possa viver; depois<br />

de minha morte, seja como for." Era em vão qua se insistia sobre a necessidade de reforms. Ele via os<br />

males, mss não tinha nem a coragem nem a força para enfrentà-los. Sua resposta in<strong>do</strong>lente a egoísta<br />

sintetizava, com verdade, a sorte qua aguardava a França: "Depois de mim, o dilúvio!"<br />

Valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s ciúmes <strong>do</strong>s refs a das classes governantes, Roma os influenciara a conservar o povo na<br />

escravidão, bem saben<strong>do</strong> que o Esta<strong>do</strong> assim se enfraqueceria, ten<strong>do</strong> por este meio o propósito de firmar<br />

em seu cativeiro tanto príncipes como o povo. Com política muito previdente, percebeu que, para<br />

escravizar os homens de mo<strong>do</strong> eficaz, deveria algemar-lhes a alma; que a maneira mais certa de impedilos<br />

de escapar de seu cativeiro era torná-los incapazes de libertar-se. Mil vezes mais terrível <strong>do</strong> que o<br />

sofrimento físico que resultava de sua política, era a degradação moral. Despoja<strong>do</strong> da Escritura Sagrada,<br />

a aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> ao ensino <strong>do</strong> fanatismo a egoísmo, o povo estava envolto em ignorância a superstição,<br />

submerso no vício, achan<strong>do</strong>se, destarte, completamente inapto para o governo de si próprio.<br />

Mas a conseqüência de tu<strong>do</strong> isto foi grandemente diversa <strong>do</strong> que Roma tivera em mira. Em vez de<br />

manter as massas populares em submissão cega aos seus <strong>do</strong>gmas, sua obra teve como resulta<strong>do</strong> torná-las<br />

incrédulas a revolucionárias. Desprezavam o romanismo como uma artimanha <strong>do</strong> clero. Consideravamno<br />

como um parti<strong>do</strong> que as oprimia. 0 único deus que conheciam era o deus de Roma; seu ensino era a<br />

única religião que professavam. Consideravam sua avidez a crueldade como os legítimos frutos da<br />

Bíblia, da qual nada queriam saber.<br />

Roma tinha representa<strong>do</strong> falsamente o caráter de Deus e perverti<strong>do</strong> Seus mandamentos, a agora os<br />

homens rejeitavam tanto a Escritura Sagrada como seu Autor. Exigira fé cega nos seus <strong>do</strong>gmas, sob o<br />

pretenso apoio das Escrituras. Na reação, Voltaire a seus companheiros puseram inteiramente de la<strong>do</strong> a<br />

Palavra de Deus, disseminan<strong>do</strong> por toda pane o veneno da incredulidade. Roma calcara o povo sob seu<br />

tacão de ferro; agora as massas, degradadas a embrutecidas, ao sublevarem-se contra a tirania, arrojaram<br />

de si toda a restrição. Enraiveci<strong>do</strong>s com o disfarça<strong>do</strong> embuste a que durante tanto tempo haviam<br />

presta<strong>do</strong> homenagem, rejeitaram a um tempo a verdade e a falsidade; a erroneamente toman<strong>do</strong> a<br />

libertinagem pela liberdade, os escravos <strong>do</strong> vício exultaram em sua liberdade imaginária.<br />

No início da Revolução foi, por concessão <strong>do</strong> rei, outorgada ao povo uma representação mais numerosa<br />

<strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s nobres a <strong>do</strong> clero reuni<strong>do</strong>s. Assim a balança <strong>do</strong> poder estava em suas mãos; mas não se<br />

achavam prepara<strong>do</strong>s para fazer use deste poder com sabe<strong>do</strong>ria a moderação. Ávi<strong>do</strong>s de reparar os males<br />

que tinham sofri<strong>do</strong>, decidiram-se a empreender a reconstrução da sociedade. Uma turba ultrajada, cujo<br />

espírito estava de há muito peja<strong>do</strong> de <strong>do</strong>lorosas lembranças, resolveu sublevarse contra aquele esta<strong>do</strong> de<br />

miséria que se tornara insuportável, vingan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s que considerava como responsáveis por seus<br />

sofrimentos. Os oprimi<strong>do</strong>s puseram em prática a lição que tinham aprendi<strong>do</strong> sob a tirania, a tornaram-se<br />

os opressores <strong>do</strong>s que os haviam oprimi<strong>do</strong>.<br />

A desditosa França ceifou em sangue a messe <strong>do</strong> que semeara. Terríveis foram os resulta<strong>do</strong>s de sua<br />

submissão ao poder subjuga<strong>do</strong>r de Roma. Onde a França, sob a influência <strong>do</strong> romanismo, acendera a<br />

primeira fogueira ao começar a Reforma, erigiu a Revolução a sua primeira guilhotina. No local em que<br />

www.ograndeconflito.com.br www.esperanca.com.br

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