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Relatório de Auditoria nº 28/2004 - 2ª Secção - Tribunal de Contas

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<strong>Auditoria</strong> <strong>de</strong> Gestão Financeira ao Programa / Projecto PIDDAC “Estradas Nacionais” Sub-programa “Via <strong>de</strong> Cintura Sul <strong>de</strong> Coimbra – Ponte Europa”<br />

O projecto <strong>de</strong> execução apresentava algumas diferenças relativamente ao anteprojecto, <strong>de</strong> que<br />

relevam: O anteprojecto previa cimbre ao solo para apoio das primeiras 5 aduelas do tramo 1 e das 5<br />

últimas aduelas do tramo 4, e a execução do restante tabuleiro por avanços sucessivos com aduelas<br />

pré-fabricadas, processo que no projecto <strong>de</strong> execução foi parcialmente alterado com a adopção <strong>de</strong><br />

solução <strong>de</strong> montagem das aduelas sobre cavaletes ao solo em toda a extensão dos tramos 1, 2 e 4 do<br />

tabuleiro. Esta alteração <strong>de</strong>veu-se a interpretação da proposta da Somague/Novopca efectuada por<br />

técnico do ICOR, transmitida ao projectista e aceite por este, e pretendia ir ao encontro <strong>de</strong>ssa proposta.<br />

Foi alterada a geometria das aduelas, bem como dos nós inferiores da treliça espacial, com aumento <strong>de</strong><br />

peso.<br />

A execução do tabuleiro teve vicissitu<strong>de</strong>s várias, <strong>de</strong> que relevam assentamentos dos cavaletes no<br />

tramo 2 e problemas na execução das juntas entre aduelas, e fendilhação localizada, problemas que<br />

foram objecto <strong>de</strong> análise por diversos técnicos:<br />

♦ Relativamente ao cimbre, verificaram-se assentamentos, por <strong>de</strong>ficiente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do<br />

solo <strong>de</strong> fundação, e <strong>de</strong>formação dos elementos estruturais, reutilizados <strong>de</strong> outras obras; os<br />

assentamentos foram corrigidos na execução do tramo 1, com execução <strong>de</strong> estacas;<br />

♦ Relativamente às juntas, os problemas existentes tinham provavelmente origem na insuficiente<br />

precisão da geometria <strong>de</strong> fabrico das aduelas, aliado ao facto <strong>de</strong> terem sido colocadas cunhas<br />

metálicas entre aduelas para correcção do posicionamento, aos assentamentos dos cavaletes,<br />

que não tinham sido concebidos para o suporte <strong>de</strong> aduelas pré-fabricadas, e às tentativas <strong>de</strong><br />

correcção da geometria do tabuleiro com macacos;<br />

♦ Relativamente à fendilhação, esta apresentava diversas origens, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esforços introduzidos<br />

pelo <strong>de</strong>rrick <strong>de</strong> montagem das aduelas a outros problemas durante a montagem e aplicação <strong>de</strong><br />

pré-esforço, concluindo-se, em geral, que as fendas eram <strong>de</strong> largura inferior aos limites<br />

regulamentares e que corrigiriam com o tensionamento dos tirantes <strong>de</strong> suspensão.<br />

Em Julho <strong>de</strong> 2002, os problemas existentes na execução do tramo da ponte sobre o rio foram objecto<br />

<strong>de</strong> análise por parte dos Eng.ºs Michel Virlogeux e Jean-Marie-Crémer, este do Bureau d’Étu<strong>de</strong>s<br />

Greisch, que viriam a emitir um relatório, em 29 <strong>de</strong> Outubro, quando o adjudicatário da empreitada <strong>de</strong><br />

construção já tinha suspenso a execução, alegando atrasos nos pagamentos, erros no projecto da ponte<br />

e <strong>de</strong>sequilíbrio económico-financeiro na execução da empreitada, facto ocorrido em 14 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Este relatório, intitulado “Le Pont <strong>de</strong> l’Europe à Coimbra / Rapport <strong>de</strong> la mission du 3 juillet 2002 sur les<br />

difficultés <strong>de</strong> construction <strong>de</strong> l’ouvrage (version finale du 29 octobre 2002)” e elaborado pelos Eng.ºs Michel<br />

Virlogeux e Jean-Marie-Crémer, apontava como causa dos problemas em obra, não erros <strong>de</strong> projecto,<br />

mas sim <strong>de</strong>ficiências da execução, <strong>de</strong> que releva a ausência <strong>de</strong> controlo rigoroso da geometria das<br />

aduelas, recomendando a instalação <strong>de</strong> um posto fixo para a instalação do aparelho <strong>de</strong> levantamento<br />

topográfico, bem como o controlo rigoroso da topografia do tabuleiro através <strong>de</strong> marcas instaladas em<br />

dois alinhamentos nas aduelas, o que não estava a ser feito e era indispensável, correspon<strong>de</strong>ndo à<br />

prática corrente em obras do género.<br />

O IEP, na sua resposta (págs. 43 a 46), após citação do parágrafo anterior, referiu: “Sobre este assunto,<br />

assume o IEP através da Direcção <strong>de</strong> Empreendimentos 7, integralmente, porque correcto e correspon<strong>de</strong>ndo à<br />

verda<strong>de</strong> o seguinte:<br />

1.º – É referido neste parágrafo que não estava a ser feito, e era indispensável, um controlo rigoroso da<br />

topografia do tabuleiro, através <strong>de</strong> marcas instaladas em dois alinhamentos nas aduelas pré-fabricadas. Ora<br />

isto não correspon<strong>de</strong> à realida<strong>de</strong>.<br />

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