Relatório de Auditoria nº 28/2004 - 2ª Secção - Tribunal de Contas
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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />
Assim, face ao exposto, mantêm-se as referidas conclusões.<br />
A razão invocada pelo IEP para a mudança <strong>de</strong> projectista a meio da empreitada resume-se a erros <strong>de</strong><br />
projecto que <strong>de</strong>terminariam o colapso da ponte antes da sua conclusão. Invoca complementarmente a<br />
conflitualida<strong>de</strong> entre o projectista/assistente técnico, o adjudicatário e a fiscalização.<br />
A Administração do IEP não confrontou o projectista com a revisão do seu projecto efectuada pela<br />
Comissão <strong>de</strong> Revisão.<br />
Alegou o Auditado (págs.53 a 55) em fase <strong>de</strong> contraditório:<br />
«Esta é uma afirmação, que contestamos (…)<br />
- Em 10 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2003 o IEP comunica formalmente à GRID a<br />
contratação dos Serviços dos Eng.s Cancio Martins, Armando Rito e um técnico<br />
estrangeiro, para efectivarem a Revisão do Projecto;<br />
- Em 12 <strong>de</strong> Fevereiro a GRID respon<strong>de</strong> ao ofício do IEP, em que, entre outros<br />
assuntos, esclarece a sua relação contratual com o Adjudicatário, lamenta o facto <strong>de</strong> não<br />
lhe ter sido facultada cópia do <strong>Relatório</strong> da IGOPTC, criticando a sua composição, e<br />
<strong>de</strong>monstra disponibilida<strong>de</strong> para prosseguir a relação contratual;<br />
- Em ofício <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Fevereiro o IEP comunica à GRID a cessação da<br />
Assistência Técnica à obra;<br />
- Em ofício <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> Março o IEP contesta as insinuações da GRID, e remete o<br />
Gabinete para a IGOPTC para a obtenção do <strong>Relatório</strong> <strong>de</strong> Inspecção;<br />
- Em <strong>28</strong> <strong>de</strong> Março a GRID remete carta ao IEP dando conta da reunião havida<br />
com o C.A. no dia 10 do mesmo mês, na qual esclarece as afirmações antes produzidas<br />
sobre a sua relação contratual com o Adjudicatário, e <strong>de</strong>monstram e agra<strong>de</strong>cem a<br />
disponibilida<strong>de</strong> revelada pelo IEP em prosseguir, no futuro, o relacionamento com o<br />
Gabinete <strong>de</strong> Projectos.<br />
O Projectista foi informado pessoalmente por um dos revisores (Câncio Martins)<br />
em 13 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2003 da <strong>de</strong>cisão do IEP <strong>de</strong> contratar a revisão do projecto e<br />
inclusivamente referido que da análise já feita havia algumas situações que se afiguravam<br />
preocupantes.<br />
No <strong>Relatório</strong> Preliminar apresentado em Janeiro <strong>de</strong> 2003 os revisores terminaram o<br />
<strong>Relatório</strong> “reiterando o pedido já formulado <strong>de</strong> ser rapidamente esclarecido junto do autor<br />
do projecto a intervenção que a pedido do IEP estamos a ter por forma a que fiquem<br />
salvaguardados os princípios <strong>de</strong>ontológicos que sempre respeitámos”.<br />
Ao projectista foi enviada, em carta registada e com aviso <strong>de</strong> recepção, cópia da<br />
carta que os revisores entregaram pessoalmente ao Senhor Bastonário da Or<strong>de</strong>m dos<br />
Engenheiros.<br />
Estranha-se, por isso, que ciente do que se estava a passar a GRID não tenha<br />
exigido ao IEP, como era seu <strong>de</strong>ver e direito, que lhe fosse dado conhecimento <strong>de</strong> todos os<br />
documentos e intervenções que fundamentaram o seu afastamento do processo.<br />
O Projectista foi informado por um dos visados (Câncio Martins) <strong>de</strong> que a<br />
verificação estava a ser feita e que se tinham encontrado <strong>de</strong>ficiências sérias. O Projectista<br />
não manifestou qualquer interesse em se informar sobre o assunto.<br />
A carta entregue ao Bastonário é enviada ao Projectista que não respon<strong>de</strong>u nem<br />
manifestou qualquer interesse.<br />
Estranha-se que informado pelo IEP dos resultados da revisão e que, em<br />
consequência <strong>de</strong>la, seria afastado do projecto, nada tenha tentado, <strong>de</strong> imediato e como<br />
seria normal, no sentido <strong>de</strong> tomar conhecimento dos resultados para, em tempo útil, os<br />
analisar e rebater. Se tinha razão, como agora, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> executada a obra afirma, teria<br />
então evitado as <strong>de</strong>spesas extraordinárias que os Auditores do T.C. apontam e <strong>de</strong>fendido,<br />
em tempo, o seu trabalho.<br />
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