Relatório de Auditoria nº 28/2004 - 2ª Secção - Tribunal de Contas
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<strong>Auditoria</strong> <strong>de</strong> Gestão Financeira ao Programa / Projecto PIDDAC “Estradas Nacionais” Sub-programa “Via <strong>de</strong> Cintura Sul <strong>de</strong> Coimbra – Ponte Europa”<br />
A fundamentação estética e paisagística que, em 1998, levou o Grupo <strong>de</strong> Trabalho a optar pela solução<br />
mais cara e complexa <strong>de</strong> todas as propostas, foi exactamente a oposta da <strong>de</strong>fendida pela mesma<br />
Presidência da CMC em 1992.<br />
Em 1992, na escolha da CMC para a solução final <strong>de</strong> localização, pesaram, entre outros, os aspectos<br />
<strong>de</strong> integração paisagística.<br />
Estes últimos «(…) excluindo à partida as soluções <strong>de</strong> tipo “atirantado”, já que tal implicaria a existência <strong>de</strong><br />
prumos <strong>de</strong> certa envergadura ferindo a paisagem tão típica que a Cida<strong>de</strong> oferece e rompendo qualquer relação<br />
com a actual ponte <strong>de</strong> Santa Clara (…).<br />
Numa perspectiva <strong>de</strong> análise da paisagem não se po<strong>de</strong> esquecer a Ponte <strong>de</strong> Santa Clara, situada a jusante, que<br />
pela sua proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá manter com a nova, a edificar, uma relação muito estreita. Por essa razão foram<br />
excluídas as soluções tipo “atirantado”, consi<strong>de</strong>rando-se, para ambas as hipóteses, soluções do tipo “ponte em<br />
viga” cujo impacte, em termos visuais, é muito semelhante (…).<br />
Existindo algum património arquitectónico com interesse nas imediações da localização B o mesmo não fica<br />
em risco <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>struído. Inclusivamente, esses mesmos edifícios por ficarem “mais expostos” irão permitir<br />
uma nova perspectiva sobre eles próprios e consequentemente maior divulgação».<br />
Infelizmente, o património arquitectónico aqui referido ficou prejudicado pelas dimensões e<br />
volumetria dos viadutos e rotundas <strong>de</strong> acesso, numa solução insistentemente <strong>de</strong>saconselhada pela JAE.<br />
É o que evi<strong>de</strong>nciam as imagens da figura 15.<br />
Nesse estudo da CMC <strong>de</strong> 1992 consi<strong>de</strong>rava-se que “(…) em termos funcionais e visuais, a melhor hipótese<br />
seria aquela em que o leito do rio ficaria sem qualquer obstáculo. No entanto e dada a relativa gran<strong>de</strong> largura<br />
do leito, as razões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m económica ten<strong>de</strong>riam a agravar-se, pelo que po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar-se que uma solução<br />
até cinco vãos será ainda aceitável (...)”.<br />
Figura 15 – Incompatibilida<strong>de</strong> com o património existente na margem esquerda /<br />
Volumetria e impacte visual sobre a paisagem<br />
Incompatibilida<strong>de</strong> com o património existente na margem esquerda Volumetria e impacte visual sobre a paisagem<br />
Entre as alternativas propostas para a ponte foi seleccionada a alternativa mais complexa e cara. Em<br />
fase <strong>de</strong> estudo prévio era já 4,3 vezes mais cara que a solução mais económica apresentada. Não é,<br />
pois, <strong>de</strong>spicienda a análise do processo <strong>de</strong> escolha.<br />
Para a execução dos “Estudos Preliminares” da Ponte Europa foram consultados, em Maio <strong>de</strong> 1998, os<br />
projectistas J. L. Câncio Martins – Projectos <strong>de</strong> Estruturas, Ld.ª, Armando Rito, Ld.ª, e Grid –<br />
Consultas, Estudos e Projectos <strong>de</strong> Engenharia, Ld.ª.<br />
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