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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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espeitabilidade à defesa desta minoria discrimi<strong>na</strong>da, Kertbeny<br />

usou o pseudônimo de Dr. Benkert, embora nunca tivesse sido<br />

médico (MOTT, www.dhnet.org.br/direitos/militantes/luizmott/mott<br />

.html, s/d, s/p).<br />

Transformada numa anormalidade, a homossexualidade foi, durante um século,<br />

combatida ao mesmo tempo como doença, vício, crime e pecado. Não foi<br />

senão muito recentemente que a homossexualidade cessou de ser considerada como<br />

um problema mental, com a decisão, em 97 , da Associação dos psiquiatras americanos<br />

de retirá-la da lista das doenças mentais. Até 97 , as sociedades de psicanálise<br />

não aceitavam homossexuais como psica<strong>na</strong>listas. E foi ape<strong>na</strong>s em 99 que<br />

a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da lista das doenças.<br />

Convém observar que no Brasil já nos anos 80, por esforço de Luiz Mott, diversas<br />

moções de associações científicas (entre estas a Sociedade Brasileira para o<br />

Progresso da Ciência e a Associação Brasileira de Antropologia) foram aprovadas<br />

e importantes posições de crítica ao preconceito em torno da homossexualidade<br />

foram anunciadas (MOTT, http://br.geocities.com/luizmottbr/artigos08.html, s/d.,<br />

s/p.). Mas, para a maior parte das religiões, notadamente para os três monoteísmos<br />

praticados no mundo, a homossexualidade continua sendo um mal. Em 994, o<br />

papa João Paulo II declarava que a homossexualidade era “um comportamento moralmente<br />

i<strong>na</strong>ceitável”. Em 00 , o Vaticano publicou seu Lexicon – que se pretende<br />

um “dicionário dos termos ambíguos” (sic.): poderíamos chamá-lo de dicionário<br />

do preconceito – em que se pode ler a homossexualidade definida como “conflito<br />

psíquico não resolvido que a sociedade não pode institucio<strong>na</strong>lizar”.<br />

A lista das criações preconceituosas pronunciadas contra a homossexualidade<br />

poderia ser aumentada se acrescentássemos diversos outros exemplos da história.<br />

Uma passada rápida de olhos <strong>na</strong> legislação de certos países, ao longo do tempo, pode<br />

também oferecer uma idéia do que o preconceito produziu e de como se constituiu<br />

em dispositivo de domesticação do imaginário de nossas sociedades, tor<strong>na</strong>ndo-se<br />

a base histórica que faz emergir o pensamento generalizado que se pergunta pela<br />

causa específica da homossexualidade. Quantos bem-intencio<strong>na</strong>dos não se puseram<br />

a teorizar <strong>sobre</strong> o assunto, mais vítimas do imaginário domesticado de suas épocas<br />

do que livres pensadores?<br />

Uma prática corrente <strong>na</strong> Grécia, em Roma e <strong>na</strong> Chi<strong>na</strong> antigas, ainda que<br />

dentro de suas tradições, a homossexualidade existiu como uma instituição pedagógica<br />

entre os povos indo-europeus, base da formação dos povos europeus de hoje,<br />

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