18.08.2013 Views

Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Além disso, é interessante salientar que as identidades são construídas por<br />

meio da atribuição de diferenças marcadas por relações de poder. Para Tomaz Tadeu<br />

da Silva ( 004), a diferença é estabelecida por processos lingüísticos e discursivos no<br />

interior de uma determi<strong>na</strong>da cultura, em um determi<strong>na</strong>do contexto histórico. Do<br />

mesmo modo, a significação das diferenças também pode variar de acordo com a<br />

sociedade. A diferença é entendida de forma relacio<strong>na</strong>l a partir do reconhecimento<br />

do “outro”, daquele ou daquela que não partilha dos atributos que possuímos. De<br />

acordo com Louro ( 00 : ), as sociedades “constroem os contornos demarcadores<br />

das fronteiras entre aqueles que representam a norma (que estão em consonância<br />

com seus padrões culturais) e aqueles que ficam fora dela, às suas margens”. Sabemos<br />

que <strong>na</strong> nossa sociedade a norma estabelecida tem como referência o sujeito<br />

masculino, heterossexual, branco, saudável, burguês e cristão. Assim, aqueles/as que<br />

não se enquadram nestes atributos são nomeados/as “diferentes”.<br />

Não por acaso, a escola, espaço público e coletivo por excelência, importante<br />

instância social constituidora de identidades, evita discutir e problematizar as sexualidades<br />

e as possíveis identidades sexuais. Muito pouco tem ela oportunizado<br />

discussões <strong>sobre</strong> os processos em que os sujeitos ditos “diferentes” (como as pessoas<br />

gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros) são objeto de preconceito<br />

e estigma, por considerar ou entender que existe uma única forma de sexualidade<br />

“normal” e que essa temática é uma questão privada e difícil de ser abordada<br />

nesse ambiente. Outro argumento utilizado nesse sentido é que, se os/as alunos/as<br />

não “souberem <strong>sobre</strong> homossexualismo, mais estarão protegidos/as em relação a ele.<br />

Ou seja, o não-conhecer pode ser preventivo de decisões consideradas não adequadas<br />

ou fora da norma” (SILVA e SOARES, 00 : 89).<br />

Jime<strong>na</strong> Furlani ( 00 : ), no entanto, contrapõe-se a estes argumentos<br />

afirmando que:<br />

[...] embora possamos pensar que qualquer vivência sexual será<br />

mais afirmada quanto mais for “visível” e “permitida” socialmente,<br />

isso não significa dizer que impedindo o conhecimento da homossexualidade<br />

ou dessas comunidades (<strong>na</strong> escola, <strong>na</strong> mídia etc.),<br />

estar-se-ia garantindo que todos “decidam ser” heterossexuais.<br />

Sabemos o quanto as escolas exercem uma pedagogia da sexualidade; para<br />

Debbie Epstein e Richard Johnson ( 000: 4), estas instituições<br />

[...] são lugares onde se desenvolvem, se praticam e se elaboram<br />

de forma ativa a identidade sexual e as de outro tipo. Ali<br />

os alunos se “escolarizam” como seres sexuados e de distinto<br />

185

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!