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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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No Brasil, o movimento LGBT está cada vez mais organizado e articulado,<br />

com os mais de 00 grupos existentes conseguindo ampliar sistematicamente<br />

o número de manifestações públicas contra o preconceito e a discrimi<strong>na</strong>ção – com<br />

deze<strong>na</strong>s de paradas LGBT por todo o país e inúmeros atos de protesto e de denúncia<br />

contra estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes, cujos funcionários<br />

tentam impedir as demonstrações públicas de afeto de casais homossexuais.<br />

Seguindo o exemplo dos movimentos feministas e de mulheres, os integrantes das<br />

ONGs LGBT também têm realizado um trabalho de advocacy junto aos parlamentares<br />

com vistas à aprovação de proposições legislativas que lhes assegurem direitos<br />

de cidadania. Todavia, tem sido difícil a aprovação destas leis, entre outras razões,<br />

em face da inexistência de fidelidade partidária para a aprovação de proposições<br />

legislativas. Cada parlamentar, em geral, está livre para se posicio<strong>na</strong>r em relação a<br />

matérias específicas e não se vê obrigado a seguir uma posição previamente discutida<br />

e aprovada em seu partido. 0<br />

No Congresso Nacio<strong>na</strong>l, composto por deputados e 8 se<strong>na</strong>dores, funcio<strong>na</strong><br />

desde 00 a Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT. Ela reúne, suprapartidariamente,<br />

mais de 0 parlamentares e tem como objetivo propor e executar ações de<br />

combate à homofobia e trabalhar pela aprovação de proposições legislativas concernentes<br />

aos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. Entre as prioridades da<br />

Frente, definidas em parceria com representantes dos grupos LGBT, destacam-se os<br />

projetos de lei relativos aos direitos conjugais e parentais de gays e lésbicas, à crimi<strong>na</strong>lização<br />

da homofobia, ao acesso de transexuais a uma nova identidade de gênero, além<br />

de uma proposta de emenda constitucio<strong>na</strong>l que proíba a discrimi<strong>na</strong>ção por orientação<br />

sexual ou por identidade de gênero. Todavia, o machismo prevalecente <strong>na</strong>s instituições<br />

ainda é o principal responsável pelas dificuldades de aprovação de plenos direitos civis<br />

para cidadãos e cidadãs gays, lésbicas e transgêneros no Brasil – e também no mundo.<br />

Ainda <strong>na</strong>s eleições de 00 , observou-se que o número de parlamentares mulheres <strong>na</strong><br />

Câmara dos Deputados e no Se<strong>na</strong>do Federal continua praticamente i<strong>na</strong>lterado nos<br />

últimos dez anos (em torno de 0%), cabendo as principais decisões a um conjunto<br />

composto majoritariamente de parlamentares de sexo masculino que, em não poucas<br />

circunstâncias, não têm hesitado em fazer pronunciamentos de caráter androcêntrico e<br />

heterocêntrico. Parlamentares vinculados às igrejas católicas e evangélicas têm aparecido<br />

freqüentemente nos debates parlamentares a respeito dos direitos civis de homossexuais,<br />

representando o combustível ideológico que legitima discursos homofóbicos,<br />

preconceituosos e discrimi<strong>na</strong>tórios contra gays, lésbicas e transgêneros e suas famílias.<br />

10 O projeto de lei nº 1.151/95, da então deputada Marta Suplicy, sofreu inúmeras modificações e ainda tramita<br />

<strong>na</strong> forma de um substitutivo que versa <strong>sobre</strong> parceria civil registrada entre pessoas do mesmo sexo.<br />

Sobre a tramitação do projeto de lei, ver os estudos de Mello (2005), Uziel (2002) e Santin (2005).<br />

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