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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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questão. 8 Ainda que não haja consenso <strong>sobre</strong> a maneira de olhar para o fenômeno<br />

do gênero, parece que um objetivo é comum à maioria dos teóricos: denunciar discrimi<strong>na</strong>ções<br />

e buscar a eqüidade de direitos e deveres entre todos os cidadãos.<br />

Para Marcos Nascimento ( 004), uma discussão recorrente <strong>na</strong> literatura denuncia<br />

a ocorrência de padrões estereotipados de comportamentos em função do<br />

gênero masculino e feminino, presente em condutas como: independência emocio<strong>na</strong>l<br />

e fi<strong>na</strong>nceira, força física, rudeza, insensibilidade, agressividade e violência, associadas<br />

à condição masculi<strong>na</strong>, e dependência emocio<strong>na</strong>l e fi<strong>na</strong>nceira, fragilidade,<br />

sensibilidade, submissão e passividade associadas à condição femini<strong>na</strong>. Vários autores<br />

já discorreram <strong>sobre</strong> estas características e outras e como elas são atribuídas socialmente<br />

aos gêneros masculino e feminino (ALVES e SOARES, 00 ; GROSSI,<br />

99 ; MAIA, 00 ; MORENO, 999; TOSCANO, 000; WHITAKER, 99 ).<br />

Entretanto, reflexões recentes têm apontado que essas características tradicio<strong>na</strong>is<br />

não expressariam atributos inerentes às condições de gênero e, além disso,<br />

poderiam reforçar uma outra discrimi<strong>na</strong>ção, pois ao se produzir um discurso que se<br />

consubstancia num conjunto de modelos, novas formas de expressão do masculino<br />

e do feminino tor<strong>na</strong>m-se “desviantes”.<br />

Nascimento ( 004) comenta que<br />

Essas <strong>na</strong>rrativas “tradicio<strong>na</strong>is” não dão conta da dimensão e da<br />

diversidade de experiências huma<strong>na</strong>s e passam a ser relativizadas<br />

por outros atributos presentes <strong>na</strong> vida cotidia<strong>na</strong>. [...] O<br />

exercício de masculinidade de um homem branco, heterossexual<br />

e de classe média certamente não é o mesmo de um homem<br />

negro, homossexual e pobre. Nesse sentido, gênero se entrecruza<br />

com raça e etnia, classe social e orientação sexual. (NASCI-<br />

MENTO, 004: 0 - 07).<br />

Neste sentido, é preciso reconhecer que a condição de gênero, <strong>na</strong> cultura, tem<br />

expressões diversas. Para Sócrates Nolasco ( 99 ) e Nascimento ( 004), no caso da<br />

experiência do masculino, a “masculinidade” aparece atrelada a outras dimensões<br />

sociais como: raça, etnia, poder econômico, nível educacio<strong>na</strong>l, expressões afetivosexuais<br />

etc. Além disso, <strong>na</strong> nossa sociedade, o homem precisaria provar e confirmar<br />

continuamente sua condição de homem, refutando sempre atributos como: “não ser<br />

8 A discussão mais recente diz respeito à Teoria Queer. Recomendo a leitura de: “Um Corpo Estranho:<br />

Ensaios <strong>sobre</strong> <strong>Sexual</strong>idade e Teoria Queer” (2004) de Guacira Lopes Louro e também “O Corpo Educado<br />

– pedagogias da <strong>Sexual</strong>idade” (1999), obra organizada pela mesma autora.<br />

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