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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Um programa com o teor que possui o BSH foi reivindicado pelo movimento<br />

homossexual por quase uma década, e sua “conquista” se deve, segundo o<br />

movimento, à ocupação das ruas durante as paradas do orgulho (ABGLT, 00 ). O<br />

movimento homossexual definiu, em 00 , como ação prioritária em relação a este<br />

programa, “monitoramento, articulação e pressão” que darão “o tom de sua execução”<br />

(ibid.: ), tendo como táticas a divulgação ampla desta proposta para que seja<br />

conhecida pelo maior número de pessoas e cidades possível; o estímulo à criação<br />

de Grupos de Trabalho formais e comunitários por áreas de atuação do programa,<br />

visando ao controle social e ao monitoramento de sua execução; além do estímulo à<br />

criação de programas semelhantes nos estados e nos municípios, de modo a enraizarem-se<br />

os objetivos da proposta. 8<br />

Ao lado de tudo isso, em um cenário acadêmico de questio<strong>na</strong>mento acerca<br />

da produção e da afirmação de identidades, é preciso reter que, em nossa sociedade,<br />

o desprezo pela pessoa homossexual não é ape<strong>na</strong>s aceito como prática “normal”,<br />

“corriqueira”, “<strong>na</strong>tural”, mas com freqüência ensi<strong>na</strong>do, aprovado e incentivado – inclusive<br />

<strong>na</strong> escola. Nesse sentido, cremos ser importante nos questio<strong>na</strong>mos quanto à<br />

vivência e às relações das pessoas assim identificadas ao desenvolvermos atividades<br />

profissio<strong>na</strong>is numa instituição educacio<strong>na</strong>l, em geral organizada segundo normas<br />

convencio<strong>na</strong>is e, portanto, pautadas pela heteronormatividade.<br />

Tecendo as estratégias metodológicas: a<br />

investigação <strong>na</strong>rrativa<br />

As pesquisas <strong>na</strong> área educacio<strong>na</strong>l têm seguido <strong>na</strong>s últimas décadas os mais<br />

variados tipos de abordagem qualitativa, tendo como um dos objetivos estabelecer a<br />

interação do/a pesquisador/a com o sujeito pesquisado e seu contexto sociocultural.<br />

Essas abordagens defendem a idéia de que o ser humano só pode ser compreendido<br />

dentro de uma determi<strong>na</strong>da situação cultural, em certo espaço, em certa época.<br />

Dentre as abordagens qualitativas, optamos pela investigação <strong>na</strong>rrativa.<br />

Michel Connelly e Jean Clandinin ( 99 ) situam as investigações <strong>na</strong>rrativas<br />

no campo das abordagens qualitativas, uma vez que tais investigações se<br />

baseiam <strong>na</strong> experiência vivida e <strong>na</strong> qualidade de vida e de educação dos sujeitos<br />

da pesquisa. Destacam eles: “a <strong>na</strong>rrativa e a vida vão juntas e, portanto, o<br />

8 Ape<strong>na</strong>s como exemplo, citamos o caso do Ministério da <strong>Educação</strong> (MEC), que instituiu, em maio de 2005,<br />

o Grupo de Trabalho que deverá acompanhar e discutir “como será implementado o programa Brasil Sem<br />

Homofobia <strong>na</strong> área educacio<strong>na</strong>l” (FARIA, 2006). Integram o GT representantes de cada Secretaria do MEC,<br />

Capes e Inep, da comunidade acadêmica e dos movimentos de lésbicas, gays, travestis e transexuais.<br />

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