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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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<strong>na</strong>das à resposta sexual podem e devem ser consideradas num processo de reabilitação<br />

e, fi<strong>na</strong>lmente, que deve haver uma mudança de entendimento <strong>sobre</strong> o padrão<br />

de desempenho sexual imposto pela sociedade, abarcando o padrão vivido e possível<br />

no âmbito da vida privada. Além disso, o fato de eventualmente uma pessoa não<br />

realizar certas práticas sexuais satisfatoriamente não significa que ela não seja dotada<br />

de desejo sexual, que deixe de ser uma mulher ou um homem, que não possa<br />

ter experiências gratificantes com sua sexualidade, ou ainda que ela não mantenha<br />

necessidades, intrínsecas ao ser humano, de dar e receber afeto e prazer.<br />

Ainda que consideremos os diferentes graus de comprometimentos possíveis<br />

e a imprevisibilidade dos prognósticos <strong>sobre</strong> a manifestação da resposta<br />

sexual entre pessoas com alguma deficiência física, é preciso considerar de forma<br />

genérica que, em relação à resposta sexual, não devemos descartar as especificidades<br />

relacio<strong>na</strong>das a estas deficiências.<br />

Cito, por exemplo, as pessoas com Lesão Medular. Há particularidades<br />

que envolvem a saúde sexual e reprodutiva. Comparados à população em geral,<br />

sabemos que os homens podem manifestar alteração de desejo sexual, disfunções<br />

sexuais <strong>na</strong> excitabilidade (problemas de ereção total, parcial e de manutenção)<br />

e também disfunções sexuais de orgasmo (bloqueio ejaculatório, ejaculação<br />

retrógrada e sensações de orgasmo prazerosas, porém diferentes de antes<br />

da lesão). Essas disfunções sexuais estão diretamente relacio<strong>na</strong>das ao grau e à<br />

altura da lesão medular e, em tese, a maioria dos lesio<strong>na</strong>dos pode até ter uma<br />

ereção, mas terá dificuldades <strong>na</strong> ejaculação, portanto, <strong>na</strong> concepção <strong>na</strong>tural. Isto,<br />

no entanto, não os tor<strong>na</strong> menos homens! As mulheres, por sua vez, em geral,<br />

apresentam alterações de sensibilidade que dificultam a estimulação do clitóris<br />

e da região a<strong>na</strong>l. A lubrificação, dessa forma, também pode estar comprometida.<br />

Mesmo assim, algumas mulheres relatam um desejo sexual preservado, a<br />

capacidade de excitação e de sentirem orgasmos. Em tese, todas mantêm a capacidade<br />

reprodutiva (ALZUGARAY e ALZUGARAY, 99 ; PINEL, 999;<br />

SALIMENE, 99 ).<br />

Em relação à deficiência física e à população jovem, considerando, por<br />

exemplo, as ocorrências no <strong>na</strong>scimento ou <strong>na</strong> primeira infância, o crescimento e o<br />

amadurecimento físico <strong>na</strong> puberdade irão se dar com variações semelhantes às da<br />

população não-deficiente, entre meninos e meni<strong>na</strong>s com deficiência física ou não.<br />

De forma diferente, como já disse, seria a adolescência que implicaria o aprendizado<br />

de papéis sociais que, em geral, são pouco estimulados pela sociedade, o que<br />

reforça o estigma de incapaz e a faceta de improdutividade dessas pessoas.<br />

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