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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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visibilidade é suficiente para garantir o respeito e a aceitação das demais pessoas:<br />

em muitos casos, ela pode produzir ape<strong>na</strong>s uma certa tolerância em relação a esses<br />

sujeitos “diferentes”, “estranhos”, “esquisitos” (LOURO, 004; BOHM, 007). 7<br />

Gostaríamos de enfatizar o quanto a idéia de tolerância para com os chamados<br />

“diferentes” é perigosa e escorregadia, pois quando simplesmente toleramos o<br />

outro, exercemos o poder de suportá-los com suas práticas. É como se disséssemos:<br />

no fundo, não entendo, não aceito, ape<strong>na</strong>s tolero, permito que o outro seja assim,<br />

dessa maneira. Em resumo, a tolerância não significa necessariamente aceitação<br />

Pelo contrário, ela pode disfarçar a não-aceitação, especialmente em tempos de diversidade,<br />

quando as pessoas começam a se sentir impelidas a se dar conta do que é<br />

e do que não é “politicamente correto” dizer ou fazer.<br />

Desta forma, entender os processos de produção de representações de gênero<br />

e sexualidade como locais de disputas políticas e que envolvem relações desiguais de<br />

poder tor<strong>na</strong>-se fundamental para uma prática pedagógica que reconhece seus limites<br />

e reconfigura suas possibilidades. É possível elaborarmos projetos que possibilitem<br />

a educandos e a educandas uma compreensão de que as identidades de gênero e<br />

sexuais são construídas socialmente, portanto, não são <strong>na</strong>turais, e que existem outros<br />

modos e formas de se viver a sexualidade, bem como outros tipos de masculinidade<br />

e feminilidade. Afi<strong>na</strong>l, conforme observa Stuart Hall ( 000: 8)<br />

152<br />

A identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo,<br />

através de processos inconscientes, e não algo i<strong>na</strong>to, existente <strong>na</strong><br />

consciência no momento do <strong>na</strong>scimento... Ela permanece sempre<br />

incompleta, está sempre em processo, sempre sendo formada.<br />

Isto significa construir um espaço de entendimento da pluralidade das identidades,<br />

sejam elas masculi<strong>na</strong>s, femini<strong>na</strong>s, sexuais, percebendo-as como transitórias, capazes<br />

de assumirem diferentes posições, sendo híbridas, já que provêm e compõem-se de elementos<br />

culturais diversos, também estes em permanente transformação e hibridação.<br />

Masculinidades infantis líquidas<br />

Por último, especificamente em relação às masculinidades, em especial em<br />

se tratando de discuti-las no âmbito da infância, entendemos que as considerações<br />

de Robert Connel ( 99 ) – que afirma existir uma masculinidade hegemônica que<br />

7 Ver o trabalho desenvolvido por Alessandra Maria Bohm (2007).

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