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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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giosas. Os três setores que compõem as instituições escolares – alu<strong>na</strong>do, professorado<br />

e setor administrativo – parecem ainda não estar preparados para lidar com a<br />

diferença e com a diversidade no campo da organização familiar e da sexualidade.<br />

Na escola, estudantes que vêm de estruturas familiares não-convencio<strong>na</strong>is geralmente<br />

são submetidos a situações embaraçosas, para não dizer constrangedoras<br />

e mesmo aterrorizadoras. Alia-se a estes preconceitos o fato de que muitas vezes a<br />

família da criança omite da escola, por temor de discrimi<strong>na</strong>ção, que é uma família<br />

homoparental. Nestes casos, o risco é que a criança se veja esmagada entre a destruição<br />

identitária decorrente do segredo de suas origens e assédio moral e psicológico<br />

derivado da homofobia dirigida a seus pais e mães.<br />

Por outro lado, quando pais e mães homossexuais procuram claramente situar<br />

diretores e professores de seus filhos e filhas <strong>sobre</strong> o universo familiar em que<br />

vivem, isso também não lhes assegura acolhimento e compreensão automáticos. Os<br />

preconceitos que atingirão seus filhos e filhas podem ser antecipadamente dirigidos<br />

a eles próprios, sob o argumento de que “Deus”, a “<strong>na</strong>tureza”, a “sociedade” ou a “lei”<br />

não reconhecem como legítimos seus vínculos afetivo-sexuais. O próprio ambiente<br />

familiar em que a criança vive é então conde<strong>na</strong>do, considerado moralmente insalubre<br />

e socialmente i<strong>na</strong>dequado. Às vezes, sob aparente aceitação, educadores reificam<br />

preconceitos, excluindo estas crianças e suas famílias de atividades coletivas da<br />

escola, com a alegação de “protegê-las” do preconceito e da discrimi<strong>na</strong>ção. Apesar<br />

das mudanças sociais, a ainda presente sacralidade da família pode contribuir para o<br />

estranhamento da sua conjugação com homossexualidade (FONSECA, 00 ).<br />

Como pode a escola contribuir para maior aceitação social das famílias compostas<br />

por pessoas homossexuais, solteiras ou em situação de conjugalidade?<br />

Inicialmente, criando condições para que estas famílias sejam visíveis no contexto<br />

da escola. Para isto é importante que os formulários com informações <strong>sobre</strong> a família<br />

sejam amplos e permitam que casais do mesmo sexo possam preencher dados <strong>sobre</strong><br />

paternidade e maternidade. Itens como nome da mãe e do pai devem contemplar<br />

a possibilidade de inclusão de outras pessoas que “cuidem” da criança, até mesmo<br />

nos casos de monoparentalidade, como avós e tios. Em segundo lugar, facultando<br />

a possibilidade de parceiros do mesmo sexo, <strong>na</strong> medida de seu interesse e disponibilidade,<br />

participem das reuniões de pais e mestres e sejam reconhecidos enquanto um casal homoparental,<br />

inclusive <strong>na</strong>s tradicio<strong>na</strong>is festas de dias das mães e dos pais, datas <strong>na</strong>s quais<br />

geralmente quem não tem vínculo biológico fica ausente das comemorações escolares.<br />

Em terceiro lugar, incluindo a temática da homossexualidade e das famílias<br />

homoparentais no conteúdo das discipli<strong>na</strong>s da escola.<br />

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