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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Emmanuel Levi<strong>na</strong> (apud BRITZMAN, 99 : ) usa o termo “a dignidade<br />

da inteligibilidade” quando discute a possibilidade de postura prática de inserção da<br />

reflexão queer no âmbito escolar:<br />

320<br />

[...] trabalhar dentro dos termos da teoria gay e lésbica permite<br />

a consideração de dois tipos de suporte pedagógico. Um<br />

é fazer pensar eticamente <strong>sobre</strong> que discursos da diferença<br />

estão <strong>na</strong>s salas de aula, <strong>na</strong> pedagogia e como a educação pode<br />

pensar <strong>sobre</strong> isso. Um outro é pensar as estruturas da contradição/desaprovação/negação<br />

dentro da educação ou a rejeição<br />

– quer seja curricular, social ou pedagógica – para empenhar<br />

uma percepção traumática que produz o sujeito da diferença<br />

como uma quebra/ruptura/um rompimento com o exterior do<br />

estado normal.<br />

Para Britzman ( 99 : ), a introdução da teoria queer <strong>na</strong> educação vai<br />

muito além do que trazer e tor<strong>na</strong>r acessível o conhecimento dos sujeitos gays e<br />

lésbicos. Ela “requer um projeto ético que se inicia ao engajar a diferença como<br />

um campo de politicalidade e comunidade”. Neste sentido, parece-me que, talvez,<br />

o primeiro aspecto de uma pedagogia queer escolar consista <strong>na</strong> crítica desconstrutiva<br />

da educação domi<strong>na</strong>nte, que apresenta a heterossexualidade como a identidade<br />

hegemônica, compulsória e incontestável. Segundo Louro ( 00 : ), “uma<br />

pedagogia e um currículo conectados à teoria queer teriam de ser, portanto, tal<br />

como ela, subversivos e provocadores”.<br />

Essa <strong>Educação</strong> <strong>Sexual</strong> poderia começar por se apresentar como perturbadora<br />

das “verdades” que definem os campos de produção e reprodução de relações desiguais<br />

de poder e de legitimação das hierarquias sexuais e de gênero.<br />

Considerações fi<strong>na</strong>is<br />

Ao apresentar possibilidades políticas, conceituais e didáticas, possíveis <strong>na</strong>s<br />

abordagens “dos direitos humanos”, “dos direitos sexuais” e “de uma pedagogia queer”,<br />

procurei ensaiar como a <strong>Educação</strong> <strong>Sexual</strong> pode ser diferenciada das conservadoras<br />

concepções ainda existentes em muitas escolas e em muitas instituições públicas.<br />

Entretanto, como alerta Louro ( 999: ), até “[...] mesmo o texto mais radical e<br />

contestador pode ser ‘domesticado’ e pode perder sua força dependendo da forma<br />

como é tratado”. Mais do que isso, talvez devamos pensar como os significados da-

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