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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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humanos, enfatizando a importância de estender a isonomia das leis aos sujeitos<br />

pertencentes aos chamados grupos subordi<strong>na</strong>dos.<br />

A utilização da expressão “exclusão social” nos contextos da vida subjetiva e<br />

material de homens e mulheres (e a conseqüente denomi<strong>na</strong>ção de sujeitos “excluídos”)<br />

pode ser vista como recente – decorrente dos movimentos sociais emergentes,<br />

especialmente a partir dos anos de 980. Durante muito tempo, as Ciências Huma<strong>na</strong>s,<br />

Sociais e Educacio<strong>na</strong>is utilizaram o termo “margi<strong>na</strong>l” para admitir a existência<br />

e permanência de conflitos seletivos em distintas sociedades, <strong>sobre</strong>tudo, para<br />

se referir àqueles sujeitos que ocupavam não o privilégio do “centro social”, mas sua<br />

margem. A tensão do termo reportava também ao seu significado negativo – favorecendo<br />

a associação daqueles sujeitos e de suas identidades “margi<strong>na</strong>is” com as<br />

representações de banditismo, delinqüência e/ou vagabundagem.<br />

Igualmente problemática foi a utilização massiva da palavra “minoria”, pois<br />

mesmo se referindo aos grupos cujo aspecto identitário não assumia o status de ser<br />

hegemônico, reforçou a acomodação social <strong>na</strong> busca pela minimização do isolamento<br />

experimentado por esta suposta parcela populacio<strong>na</strong>l “numericamente inferior”.<br />

Da mesma forma, legitimou a representação de que tais grupos não eram merecedores<br />

de uma mudança social de inserção, principalmente pela crença <strong>na</strong> <strong>na</strong>tural<br />

condição de inferioridade de seus sujeitos. A situação das mulheres exemplifica esse<br />

estado, especialmente quando nos reportamos à história e percebemos o quanto<br />

nos foi negado o acesso social, em todos os níveis, tendo como base o argumento<br />

de uma inferioridade, de uma incapacidade e destinos atrelados às construções/invenções<br />

culturais <strong>sobre</strong> um gênero. Um gênero fadado e desti<strong>na</strong>do à reprodução, ao<br />

casamento, ao espaço doméstico e ao conseqüente atraso no acesso à educação, à<br />

profissio<strong>na</strong>lização e ao mercado de trabalho.<br />

A representação e a nomi<strong>na</strong>ção, hoje, do termo “excluídos” provavelmente se<br />

origi<strong>na</strong>ram do contexto da análise das desigualdades econômicas, <strong>sobre</strong>tudo nos países<br />

do Terceiro Mundo, no fi<strong>na</strong>l do século XX. Em 974, a obra francesa Les Exclus<br />

definiu “os(as) excluídos(as)” como aquelas pessoas concebidas como “resíduos dos<br />

trinta anos gloriosos do desenvolvimento econômico francês”. Nesse mesmo ano, no<br />

2 Por exemplo, os movimentos de mulheres e feministas certamente criaram condições favoráveis para que a<br />

ONU decretasse a “Década das Mulheres”, de 1975 (Ano Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da Mulher) a 1985, recomendando<br />

aos países-membros a adoção de medidas públicas para reconhecimento e inserção desses sujeitos no<br />

contexto social, político e material.<br />

3 O IBGE (www.ibge.gov.br) apresenta dados da População Residente no Brasil referente a 1940, 1950,<br />

1960, 1970, 1980, 1991 e 1996. Ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> década de 1960 a população de homens (35.055.457) foi superior<br />

a de mulheres (35.015.000). O Instituto afirma ainda que em 2000 havia 2,5 milhões de mulheres a<br />

mais no Brasil do que homens, e apresenta uma projeção para o ano de 2050 – haverá um excedente de<br />

6 milhões de mulheres.<br />

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