FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais
FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais
FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
3.1. <strong>Geometria</strong> da equação F (x, u, u x ) = 0. 108<br />
onde p = (p 1 , · · · , p n ) ∈ IR n . O hiperplano H m é pois perpendicular ao vector (p, −1) = (p 1 , · · · , p n , −1) ∈<br />
IR n+1 .<br />
Isto leva-nos a considerar o espaço J 1 (IR n ; IR) dos elementos de contacto regulares de IR n+1<br />
x i u ,<br />
que não é mais do que IR 2n+1 = IR 2n+1<br />
x i up i<br />
. A equação (3.1.1) define portanto uma hipersuperfície<br />
neste espaço, dada por:<br />
Σ = {(x, u, p) ∈ IR 2n+1 : F (x, u, p) = 0 } (3.1.3)<br />
(Estamos a supôr que 0 é valor regular de F , i.e., que dF | Σ ≠ 0).<br />
Consideremos agora a projecção canónica π : IR 2n+1 → IR n+1 , dada por:<br />
π : IR 2n+1 −→ IR n+1<br />
c = (m, H m ) = (x, u, p) ↦−→ m = (x, u)<br />
(3.1.4)<br />
que a cada elemento de contacto c = (m, H m ) associa o respectivo suporte m. Existe uma distribuição<br />
de 2n-planos Π : c ↦→ Π c ⊂ T c IR 2n+1 , canònicamente definida em IR 2n+1 , da seguinte<br />
forma - um vector tangente ξ ∈ T c IR 2n+1 , onde c = (m, H m ), pertence ao 2n-plano Π c se e só se<br />
π ∗ (ξ) ∈ H m (ver figura 2.2), isto é:<br />
Π c = π −1<br />
∗ (H m ) ⊂ T c IR 2n+1 , c = (m, l m ) (3.1.5)<br />
Como o n-plano H m é dado pela equação (3.1.2), deduzimos que um vector ξ ∈ T c IR 2n+1 está<br />
em Π c sse (du − p · dx)(π ∗ ξ) = 0, isto é, sse π ∗ (du − p · dx)(ξ) = (du − p · dx)(ξ) = 0, e portanto<br />
Π fica definida pela 1-forma:<br />
ω = du − p · dx = du − ∑ n<br />
i=1 p i dx i (3.1.6)<br />
em IR 2n+1 , a que chamamos forma de contacto em IR 2n+1 . À distribuição de 2n-planos Π =<br />
ker ω, chamamos a distribuição de contacto em IR 2n+1 .<br />
Figure 3.2: Distribuição de contacto em em IR 2n+1 .<br />
O espaço J 1 (IR n ; IR) pode também ser definido como o espaço dos 1-jactos de funções u =<br />
f(x), que identificamos com o espaço IR 2n+1 , munido <strong>das</strong> coordena<strong>das</strong> (x, u, p). Duas funções<br />
diferenciáveis u = f(x) ∣ e u = ∣ g(x) definem o mesmo 1-jacto num ponto x 0 ∈ IR n , se e só se<br />
f(x 0 ) = g(x 0 ) e ∂f ∣∣x=x0<br />
= ∂g ∣∣x=x0<br />
, ∀i = 1, · · · , n. Portanto um 1-jacto de função u = f(x), num<br />
∂x i ∂x i<br />
ponto x 0 ∈ IR n , fica definido por n + 1 dados - as coordena<strong>das</strong> do ponto x 0 , o∣ valor u 0 de u = f(x)<br />
em x 0 e, finalmente, os valores <strong>das</strong> deriva<strong>das</strong> parciais de primeira ordem ∂f ∣∣x=x0<br />
, i = 1, · · · , n.<br />
∂x i<br />
Dada uma função diferenciável u = f(x), podemos definir o seu 1-gráfico como sendo a variedade<br />
de dimensão n, imersa em J 1 (IR n ; IR) = IR 2n+1<br />
x i up i<br />
e parametrizada por:<br />
(<br />
j 1 (f)(x 1 , · · · , x n ) = x 1 , · · · , x n , f(x 1 , · · · , x n ), ∂f<br />
)<br />
∂x i (x1 , · · · , x n )<br />
(3.1.7)<br />
Note que:<br />
L f<br />
def<br />
= j 1 (f)(IR n )