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FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais

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1.4. Simetrias e factores integrantes 17<br />

1.4 Simetrias e factores integrantes<br />

Consideremos novamente uma equação de Pfaff, com duas variáveis x, y:<br />

θ = P (x, y) dx + Q(x, y) dy = 0 (1.4.1)<br />

onde θ é uma 1-forma que nunca se anula em U ⊆ IR 2 xy. Como já vimos, em cada ponto (x, y) ∈<br />

U ⊆ IR 2 , a equação θ = 0, define uma recta l(x, y) = ker θ (x,y) , no espaço tangente T (x,y) IR 2 ,<br />

perpendicular ao vector P (x, y) ∂<br />

∂x + Q(x, y) ∂ ∂y<br />

. Este campo de linhas pode ser (localmente) gerado<br />

pelo campo de vectores:<br />

Z(x, y) = −Q(x, y) ∂<br />

∂x + P (x, y) ∂ ∂y<br />

(1.4.2)<br />

uma vez que θ(Z) = 0. Calcular as curvas integrais de (1.4.1) é equivalente a calcular as curvas<br />

integrais do campo Z (a menos de reparametrização), e, por sua vez, este problema é equivalente<br />

a calcular um integral primeiro f para o campo Z, isto é, uma solução da PDE:<br />

Zf = −Q(x, y) ∂f + P (x, y)∂f<br />

∂x ∂y = 0 (1.4.3)<br />

As curvas integrais de (1.4.1) são da<strong>das</strong> então por f(x, y) ≡ c = constante.<br />

Suponhamos agora que a equação (1.4.1) admite uma simetria (infinitesimal) não trivial X, da<br />

forma:<br />

X = ξ(x, y) ∂<br />

∂x + η(x, y) ∂ (1.4.4)<br />

∂y<br />

Então, por definição:<br />

[X, Z] = λ Z,<br />

λ ∈ C ∞ (IR 2 xy)<br />

mas θ(X) ≠ 0. É fácil ver que, se f é um integral primeiro do campo Z, então Xf é também um<br />

integral primeiro do campo Z. De facto:<br />

e portanto, como vimos na secção anterior:<br />

0 = [X, Z] f = XZf − ZXf = −Z(Xf)<br />

Xf = F (f)<br />

onde F (f) não pode anular-se, já que a simetria X é não trivial. Além disso, por uma escolha<br />

conveniente desta função F , podemos até supôr que:<br />

Xf = 1<br />

De facto, se f é um integral primeiro de Z, também o é G(f), para qualquer função G que nunca se<br />

anule, uma vez que ZG(f) = G ′ (f)Zf = 0. Como XG(f) = G ′ (f)X(f) = G ′ (f)F (f), escolhendo<br />

G ′ (f), de tal forma a que G ′ = 1/F , virá XG(f) = 1, e basta então substituir f por G(f).<br />

Desta forma, obtemos as duas equações seguintes:<br />

{<br />

Zf = −Q fx + P f y = 0<br />

Xf = ξ f x + η f y = 1<br />

(1.4.5)<br />

donde se deduz que:<br />

isto é:<br />

f x =<br />

P<br />

ξP + ηQ<br />

f y =<br />

Q<br />

ξP + ηQ<br />

(1.4.6)<br />

µ = 1<br />

θ(X) = 1<br />

ξP +ηQ<br />

(1.4.7)

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