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FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais

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1.5. PDE quasi-linear de primeira ordem A u x + B u y = C. 20<br />

1.5 PDE quasi-linear de primeira ordem A u x + B u y = C.<br />

Consideremos a equação às deriva<strong>das</strong> parciais, quasi-linear de primeira ordem:<br />

A(x, y, u) u x + B(x, y, u) u y = C(x, y, u) (1.5.1)<br />

onde supômos que A, B, C são funções de classe C ∞ , num aberto U ⊆ IR 3 x,y,u, que nunca se anulam<br />

simultâneamente em U.<br />

Consideremos o gráfico S = gr u, de uma solução u = u(x, y) da equação (1.5.1). S diz-se uma<br />

superfície integral da equação (1.5.1). O plano tangente T P S, a S num ponto P = (x, y, u(x, y)) ∈<br />

S, é o plano de T P IR 3 , perpendicular ao vector:<br />

∂<br />

u x<br />

∂<br />

∂x∣ + u y<br />

P ∂y ∣ − ∂<br />

P ∂u∣ onde P = (x, y, u = u(x, y)) (1.5.2)<br />

P<br />

Se considerarmos também a recta l P , em T P IR 3 , gerada pelo vector característico:<br />

Z = A<br />

∂<br />

∂x∣ + B<br />

∂ P ∂y ∣ + C<br />

∂<br />

P ∂u∣ (1.5.3)<br />

P<br />

a chamada a recta característica em P , então a equação (1.5.1) traduz o facto geométrico de<br />

que a recta característica l P pertence ao plano T P S, isto é:<br />

(u x , u y , −1) · (A, B, C) = 0<br />

Portanto o problema da integração da equação pode ser formulado geomètricamente da seguinte<br />

forma:<br />

• “A equação (1.5.1) associa, a cada ponto P = (x, y, u) ∈ IR 3 , uma recta característica l P , em<br />

T P IR 3 , gerada pelo vector (1.5.3). Integrar essa equação é determinar uma superfície integral<br />

S, que seja o gráfico de uma função u = u(x, y), e que, em cada um dos seus pontos P ∈ S,<br />

o respectivo plano tangente T P S, contenha a recta característica l P .”<br />

Esta formulação geométrica leva-nos a considerar as curvas integrais do campo de rectas características<br />

{l P } - as chama<strong>das</strong> curvas características da equação (1.5.1), que são da<strong>das</strong> pelas<br />

equações diferenciais:<br />

dx<br />

A = dy<br />

B = du<br />

C<br />

(1.5.4)<br />

que exprimem a colinearidade do vector tangente à curva característica, com a recta característica.<br />

Toda a superfície integral S é gerada por curvas características.<br />

Suponhamos que integramos as equações diferenciais (1.5.4), e que a família de curvas características<br />

é dada implìcitamente por:<br />

{<br />

f(x, y, u) = a<br />

(1.5.5)<br />

g(x, y, u) = b<br />

onde a, b ∈ IR são constantes arbitrárias, e f e g são dois integrais primeiros, funcionalmente<br />

independentes do campo característico (1.5.3). A família de curvas características depende pois de<br />

dois parâmetros a, b e formam uma congruência de curvas em IR 3 x,y,u. Para obter uma superfície<br />

integral gerada por essas características, devemos estabelecer uma relação arbitrária entre os dois<br />

parâmetros a, b, digamos da forma Ψ(a, b) = 0, e a superfície integral correspondente terá por<br />

equação implícita:<br />

Ψ (f(x, y, u), g(x, y, u)) = 0

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