FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais
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1.3. PDE homogénea de primeira ordem Xu = 0. 14<br />
∇u(x) · X(x) = 0, ∀x ∈ N c , o que significa que o campo X é tangente a to<strong>das</strong> as hipersuperfície de<br />
nível N c = {u ≡ c}, de u.<br />
Por outras palavras, uma solução da equação (1.3.2) é uma função u = u(x 1 , · · · , x n ) ∈ C ∞ (IR n )<br />
que é constante ao longo <strong>das</strong> órbitas do campo de vectores X, isto é, u é um integral primeiro<br />
da equação diferencial vectorial:<br />
x ′ = X(x), x = (x 1 , · · · , x n ) ∈ IR n (1.3.3)<br />
Esta última equação diferencial, que nas coordena<strong>das</strong> x i , corresponde ao sistema de ODE’s:<br />
dx i<br />
dt = Xi (x 1 , · · · , x n ), i = 1, · · · , n (1.3.4)<br />
diz-se o sistema característico associado à PDE (1.3.2). É usual escrever o sistema (1.3.4), na<br />
forma simétrica seguinte:<br />
dx 1<br />
X 1 (x 1 , · · · , x n ) = · · · =<br />
dx n<br />
X n (x 1 , · · · , x n )<br />
(1.3.5)<br />
No entanto, enquanto que a equação vectorial (1.3.3) (ou equivalentemente, o sistema (1.3.4))<br />
fornece uma curva integral parametrizada α do campo X: α ′ (τ) = X(α(τ)), o sistema (1.3.4)<br />
fornece uma curva integral da distribuição unidimensional gerada pelo campo X. Esta última<br />
curva integral é, em geral, calculada em forma implícita.<br />
Vamos então tentar encontrar as curvas solução do sistema (1.3.4), como intersecção de (n − 1)<br />
hipersuperfícies em IR n , da<strong>das</strong> pelas equações funcionalmente independentes:<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
u 1 (x 1 , · · · , x n ) = c 1<br />
.<br />
(1.3.6)<br />
u n−1 (x 1 , · · · , x n ) = c n−1<br />
onde ∇u j são linearmente independentes, e os c j são constantes (j = 1, · · · , n − 1).<br />
Suponhamos que C é uma curva dada implìcitamente pelas equações (1.3.6). Para que C seja<br />
uma órbita do campo de vectores X, este terá de ser tangente à curva C, em cada um dos seus<br />
pontos, e, portanto, X terá de ser ortogonal a todos os vectores ∇u j , para j = 1, · · · , n − 1.<br />
Concluindo, para que as equações (1.3.6) representem órbitas do campo de vectores X, as funções<br />
u j , j = 1, · · · , n − 1, devem satisfazer as PDE’s seguintes:<br />
isto é:<br />
X · ∇u j = 0, j = 1, · · · , n − 1<br />
X 1 ∂uj<br />
∂uj<br />
+ · · · + Xn = 0, j = 1, · · · , n − 1 (1.3.7)<br />
∂x1 ∂xn Por outras palavras, as soluções do sistema (1.3.4), ficam determina<strong>das</strong> (a menos de reparametrização),<br />
se conhecermos (n − 1) integrais primeiros, funcionalmente independentes, dessa mesma equação.<br />
Por outro lado, se F é uma qualquer função de (n − 1) variáveis, e se u j , j = 1, · · · , n − 1,<br />
são (n − 1) integrais primeiros funcionalmente independentes da equação característica (1.3.3),<br />
associada à PDE (1.3.2), então a solução geral da PDE (1.3.2), é:<br />
u(x 1 , · · · , x n ) = F (u 1 (x 1 , · · · , x n ), · · · , u n−1 (x 1 , · · · , x n )) (1.3.8)<br />
Façamos a demonstração deste facto, para o caso de n = 3 variáveis. Assim, suponhamos que<br />
temos a PDE:<br />
X(x, y, z) u x + Y (x, y, z) u y + Z(x, y, z) u z = 0