FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais
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1.1. Equação de Pfaff P dx + Q dy = 0 6<br />
Se θ é uma 1-forma no aberto U ⊆ IR 2 , e se µ : U → IR é uma função que nunca se anula em<br />
U, então é fácil ver que as equações θ = 0 e µ θ = 0 têm as mesmas curvas integrais. Quando µθ<br />
é exacta, diz-se que µ é um factor integrante para θ.<br />
Seja θ = P (x, y) dx + Q(x, y) dy uma 1-forma de classe C ∞ no aberto U ⊆ IR 2 , e µ : U → IR<br />
um factor integrante para θ. Por definição µθ é exacta, logo fechada, e portanto (µP ) y = (µQ) x ,<br />
isto é:<br />
P µ y − Q µ x + (P y − Q x ) µ = 0 (1.1.13)<br />
que é uma PDE quasi-linear de primeira ordem para a função µ = µ(x, y), como veremos em<br />
breve. Aplicando o Lema de Poincaré, quando U é um rectângulo em IR 2 , podemos afirmar que se<br />
µ : U → IR é uma função de classe C ∞ , que nunca se anula em U, e que satisfaz a equação (1.1.13),<br />
então µ é um factor integrante para θ. Na prática, é muitas vezes vezes possível encontrar soluções<br />
para a equação (1.1.13), da forma µ = µ(x), µ = µ(y), µ = µ(xy), etc...<br />
• Exemplo 1.1.2 ... Encontrar a solução geral da equação:<br />
y 2<br />
2 + 2yex + (y + e x ) dy<br />
dx = 0<br />
O problema é equivalente a calcular a solução geral da equação:<br />
θ = ( y2<br />
2 + 2yex ) dx + (y + e x ) dy = 0<br />
} {{ }<br />
} {{ }<br />
Q(x,y)<br />
P (x,y)<br />
θ não é exacta, já que:<br />
P y = y + 2e x ≠ e x = Q x<br />
Tentemos encontrar um factor integrante da forma µ = µ(x). Neste caso a equação (1.1.13),<br />
reduz-se à equação diferencial ordinária:<br />
−Qµ ′ + (P y − Q x )µ = 0<br />
onde µ ′ = dµ/dx, isto é:<br />
em que uma <strong>das</strong> soluções é:<br />
µ ′ = µ<br />
µ(x) = e x<br />
Portanto µ(x) = e x é um factor integrante de θ, o que significa que e x θ é exacta, isto é, existe<br />
uma função f, tal que df = e x θ. Portanto:<br />
f x = e x (<br />
y<br />
2<br />
2 + 2yex )<br />
e f y = e x (y + e x )<br />
Integrando a primeira equação em ordem a x, com y fixo, vem que:<br />
f(x, y) = y2<br />
2 ex + ye 2x + g(y)<br />
Derivando esta última, em ordem a y e usando a segunda equação, obtemos:<br />
f y = ye x + e 2x + g ′ (y) = e x (y + e x )