FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais
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1.6. PDE de primeira ordem F (x, y, u, p, q) = 0 30<br />
Portanto, ao longo de uma qualquer curva solução do sistema (1.6.10), temos que F = 0, ∀τ, se<br />
F = 0 para algum valor particular de τ.<br />
Para interpretar geomètricamente os cálculos anteriores, vamos introduzir de seguida mais alguns<br />
conceitos geométricos 4 .<br />
Um vector de coordena<strong>das</strong> (x, y, u, p, q) ∈ IR 5 , pode ser interpretado como um elemento plano<br />
(de contacto) em IR 3 , isto é, como um par constituído pelo ponto (x, y, u) de IR 3 - o chamado<br />
suporte do elemento - e por um plano em IR 3 , que passa em (x, y, u) e é perpendicular ao vector<br />
(p, q, −1). Uma curva ˜α, em IR 5 , de equações paramétricas:<br />
˜α : τ ↦−→ ˜α(τ) = (x(τ), y(τ), u(τ), p(τ), q(τ)) (1.6.12)<br />
pode portanto ser interpretada como uma família a um parâmetro τ, de elementos planos, ou,<br />
por outras palavras, como uma família de planos ao longo da curva suporte (ou curva base)<br />
α : τ ↦→ c(τ) = (x(τ), y(τ), u(τ)).<br />
Uma tal curva ˜α, em IR 5 , diz-se uma faixa de contacto ao longo da curva α, se em cada<br />
ponto α(τ), o respectivo vector tangente α ′ (τ), pertence ao elemento plano ˜α(τ), isto é:<br />
ou ainda:<br />
(x ′ (τ), y ′ (τ), u ′ (τ)) · (p(τ), q(τ), −1) = 0<br />
u ′ (τ) = p(τ) x ′ (τ) + q(τ) y ′ (τ), ∀τ (1.6.13)<br />
Por outras palavras, α é uma curva integral da chamada 1-forma de contacto, em IR 5 = IR 5 xyupq:<br />
ω = du − p dx − q dy (1.6.14)<br />
Note que qualquer solução <strong>das</strong> equações características (1.6.10), é automàticamente uma faixa de<br />
contacto (pelas três primeiras equações em (1.6.10)).<br />
Uma curva ˜α(τ) = (x(τ), y(τ), u(τ), p(τ), q(τ)) diz-se uma faixa de contacto característica<br />
(ou integral) da PDE F (x, y, u, p, p) = 0, se ˜α é solução <strong>das</strong> equações características (1.6.10), e<br />
se, além disso, satisfaz a condição:<br />
F ( ˜α(τ)) = F (x(τ), y(τ), u(τ), p(τ), q(τ)) ≡ 0, ∀τ (1.6.15)<br />
Por (1.6.11), esta condição verifica-se ∀τ, desde que se verifique para um dado valor particular de<br />
τ!<br />
Uma superfície parametrizada S = Φ(s, τ), em IR 3 x,y,u, pode ser vista como sendo constituída<br />
por uma família a dois parâmetros (s, τ), de elementos planos:<br />
˜Φ(s, τ) = (x(s, τ), y(s, τ), u(s, τ), p(s, τ), q(s, τ))<br />
formados pelos pontos de S e pelos respectivos planos tangentes. No entanto, nem toda a família<br />
a dois parâmetros de elementos planos (s, τ) ↦→ ˜Φ(s, τ), formam uma superfície. É novamente<br />
necessário que du = p dx + q dy se verifique, ou mais exactamente que ˜Φ ∗ (ω) = 0, isto é que:<br />
0 = ˜Φ ∗ (ω)<br />
= ˜Φ ∗ (du − p dx − q dy)<br />
= d(u ◦ ˜Φ) − (p ◦ ˜Φ)d(x ◦ ˜Φ) − (q ◦ ˜Φ)d(y ◦ ˜Φ)<br />
= (u s ds + u τ dτ) − p (x s ds + x τ dτ) − q (y s ds + y τ dτ)<br />
= (u s − p x s − q y s ) ds + (u τ − p x τ − q y τ ) dτ<br />
4 Este conceitos servem como uma introdução à geometria de contacto no espaço, que será desenvolvida com todo<br />
o rigor no capítulo 3.