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FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais

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1.2. PDE de primeira ordem linear P u x + Q u y = R u + S. 11<br />

Em particular, se a equação (1.2.1) fôr homogénea (R = S = 0):<br />

P u x + Q u y = 0 (1.2.5)<br />

= 0, e a solução u será constante e igual a u(x o , y o ), ao longo da curva característica<br />

α, que passa em (x o , y o ). Por outras palavras, u é um integral primeiro do campo característico<br />

(1.2.2) da equação (1.2.5).<br />

então du(α(τ))<br />

dτ<br />

Suponhamos agora que γ é uma curva que intersecta uma família de curvas características (ver<br />

a figura 1.2). Se especificarmos de forma arbitrária os valores de u, em cada ponto de γ, então a<br />

solução ficará determinada pelo menos numa certa vizinhança de γ, resolvendo a ODE (1.2.4), para<br />

cada uma <strong>das</strong> curvas características que passam em γ. Há no entanto certas condições naturais a<br />

impôr. De facto:<br />

• γ não poderá conter qualquer curva característica. Caso contrário, não poderíamos especificar<br />

de forma arbitrária os valores de u ao longo de γ.<br />

• γ não pode auto intersectar-se, pelo mesmo motivo anterior.<br />

• γ não poderá sequer ser tangente a qualquer curva característica. Caso contrário, se γ fôsse<br />

tangente a uma curva característica α, num certo ponto p o = α(τ o ), a derivada direccional<br />

Dα ′ (τ)u(p o ) = D Z(po )u(p o ), seria determinada pela equação (1.2.4), de uma forma que estaria<br />

eventualmente em conflito com os valores de u, especificados de forma arbitrária ao longo de<br />

γ.<br />

Concluindo, devemos exigir que o campo característico (1.2.2), seja transversal à curva γ. Podemos<br />

então enunciar o teorema seguinte:<br />

• Teorema 1.2.1 ... Sejam P, Q, R, S funções de classe C ∞ , num aberto de U ⊆ IR 2 ,<br />

e γ : [a, b] → U uma curva suave, regular e injectiva, tal que, em cada ponto γ(s), os<br />

vectores Z(γ(s)) = P (γ(s)) ∂<br />

∂x∣ + Q(γ(s)) ∂ γ(s) ∂y ∣ e γ ′ (s) são linearmente independentes.<br />

γ(s)<br />

Suponhamos ainda que u o : [a, b] → IR é uma função suave 1 .<br />

Então existe uma função suave u = u(x, y), definida numa vizinhança V de γ([a, b]), tal que<br />

u é solução da PDE (1.2.1):<br />

P u x + Q u y = R u + S<br />

em V , que satisfaz a condição inicial:<br />

u(γ(s)) = u o (s), ∀s ∈ [a, b]<br />

Além disso, quaisquer duas funções com as propriedades referi<strong>das</strong>, coincidem numa vizinhança<br />

de γ([a, b]).<br />

• Exemplo 1.2.1 ... Consideremos a equação homogénea:<br />

a u x + u t = 0<br />

(Relativamente às notações anteriores, pusemos y = t, e P ≡ a (constante), Q = 1, R = S =<br />

0). Vamos calcular a solução u, que satisfaz a condição inicial:<br />

1 esta condição pode ser relaxada...<br />

u(x, 0) = f(x)<br />

.

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